Anotações de Leonora ‘Aretha Franklin’ Ivashkov
- Não acredito que você nao vai fazer nada com relação a isso Ivashkov!O mínimo que eu esperava era te ver colocando pimenta no rímel daquela barbie de nariz mal retocado. - disse Robbie bufando ao ver Finn agarrado com uma garota.- e Parv completou:
- O que houve com a Leonora que conhecemos? Bateu a cabeça e assumiu outra personalidade? Porque o Finn, devia ao menos conversar com você sobre o que vocês têm....
- Finn e eu não temos nada de concreto, além de um pouco de pegação, numa época em que as pessoas ficam carentes e não são muito exigentes que é o Natal. Deixe-o com os seus brinquedos. – disse e algo em meu tom de voz, fez meus amigos trocarem olhares cúmplices e dar de ombros.
Depois que voltamos à escola, achei que Finn e eu, assumiríamos um namoro, ou algo do gênero, mas não foi assim. Finn, voltou ao seu antigo ‘modus operandi’, estava sempre com os garotos do time, e também rodeado de garotas que se enquadravam na categoria de ‘maria chuteiras’, de tão loucas por caras de uniforme esportivo elas eram, porém neste caso, elas eram ‘as rainhas do gelo’ como Ozzy e seus amigos as chamavam carinhosamente, e elas agiam como se fossem a própria realeza. Patético.
Ele e eu éramos amigos, porém eu não iria mais ficar com esperanças de que algo acontecesse entre nós. Depois do fim do ano, não sei quais fofocas chegaram até o castelo, mas eu não era mais tão ‘rejeitada’ pelos garotos como antes. Recebi alguns olhares e até mesmo alguns bilhetinhos no dia dos namorados, mas nada sério.
Depois do baile pelo dia dos namorados, ao estilo dos anos 50, ter sido muito elogiado, comecei a pesquisar algumas musicas da Brodway, que eu acreditava ser um sucesso e garantir a vitória no concurso organizado pela professora Yelchin. Pensei que Mitchel me procuraria para conversar sobre a nossa apresentação, mas vários dias haviam se passado e ele não tinha se mexido. Como havia percebido que ele estava me evitando, abordei-o na saída de nossa aula de Artes e disse incisiva:
- Hey Callaham! Somos uma dupla e até o momento você não me procurou para falarmos de nossa apresentação. Então já selecionei algumas musicas campeãs, que poderão ser nota máxima na aula da professora, perfeitas para nós. –Mitchel, que era jogador de quadribol era tão alto quanto Finn, porém era moreno, disse me encarando:
- Tenho treino, não tenho tempo para falar com você agora.
- Você não tem treino de quadribol hoje, já verifiquei, assim podemos conversar sobre a música que eu escolhi, e ela será um sucesso, já andei pesquisando os musicais que a professora Yelchin participou e sei como agrada-la....
- Você não se cansa?- olhei para ele curiosa:
- De quê?
- De citar a palavra ‘eu’ a cada frase que diz?. – senti meu rosto esquentar, abri a boca e ele me cortou:
- Como você frisou, somos uma dupla, e apesar disso, não nos conhecemos. Então você não tem que escolher uma música achando-a perfeita ‘para nós’ sendo que não conhece o meu estilo. – e não pude evitar de olha-lo de cima baixo e notei que ele usava camisa xadrez por baixo do blusão do time e botas muito usadas.
- Bem, seu estilo é fácil de decifrar:Cowboy de asfalto. - e ele suspirou balançando a cabeça e abriu a boca para falar, quando Finn se aproximou:
- Ele está te incomodando, Leo?- e ambos se fitaram irritados. Havia muita animosidade entre os times de quadribol e hóquei, e eles sempre se envolviam em brigas idiotas. Não demorou muito, o par de Finn se aproximou e o segurou pelo braço. Vi a mandíbula de Mitchel se retesar e respondi ao Finn:
- Sou grandinha, Finnegan,posso cuidar de mim mesma.- e a loira que estava com ele disse cínica:
- Ela realmente é grande, pelo menos dos lados, Marcus, deixa-a em paz. – sacudindo o cabelo platinado, e eu respondi:
- Siga o conselho do seu papagaio de pirata Finn, ela já está perdendo as penas, pode ter o pescoço torcido como o de uma galinha comum.- e vi um dos cantos da boca de Mitchel se erguer. A loira me olhou irritada e saiu pisando duro, com Finn, atrás dela, lançando olhares desconfiados para Mitchel que retribuiu. Ele se virou para mim e disse:
- Amanhã podemos ver as músicas que você escolheu...- ante meu olhar animado ele disse:
- Depois do meu jogo de quadribol, o qual você vai estar nas arquibancadas torcendo por mim.
- Um jogo de Quadribol? Eu? Nem pensar!
- Posso enrolar até o dia da apresentação, esqueceu que não pode mudar de par, haja o que houver? É pegar ou largar.
- Não entendo nada de quadribol...- comecei a protestar e ele sorriu:
- Não deve ser dificil aprender algo até nosso...Encontro de amanhã.- e foi embora, me deixando pasma.Eu havia entendido bem, ou ele havia falado encontro como sendo aquele tipo de: ‘encontro’?