‘Não estou muito confiante que tenha conseguido um “O” em Poções...’
Um Chris desanimado se juntou ao grupo que já estava espalhado no pátio da escola. O ultimo exame dos N.O.M.s acabara de terminar e a turma do 5º ano começava a sentir o clima de liberdade no ar. Foram cinco longos e exaustivos dias de provas teóricas e práticas com examinadores velhos e rigorosos, e agora eles faziam uma avaliação de seus desempenhos.
‘Todo ano ele fala a mesma coisa, ai chega o relatório e estão lá estampadas as melhores notas da turma!’ Max riu bagunçando o cabelo do amigo
‘Não, mas é sério dessa vez!’ Chris era o único que não ria ‘O exame estava muito difícil, fiquei nervoso na parte prática, o examinador ficava cheirando minha poção e fazendo careta!’
‘Bom, mesmo que você não consiga um “O”, se conseguir um “EE” o professor Klasnic vai deixar você continuar com as aulas’ Evie tentou acalmar o amigo ‘Você faz parte do clube de poções avançadas e tem chances de ser indicado pelo professor para participar do “Caldeirão de Ouro Júnior”, não precisa se descabelar, ele nunca deixaria um aluno como você ficar de fora das aulas’
‘É Chris, relaxa’ Milla desenrolava e enrolava de volta o cachecol, indecisa entre o frio e o calor ‘Ninguém foi tão mal quanto eu em Alquimia, se tiver tirado um D, vou ficar feliz!’
‘Somos duas então!’ Nina falou rindo ‘Mas Alquimia é opcional, podemos desistir ano que vem’
‘Sem duvida fui mal também, mas se a professora Kollontai não me expulsar das aulas pela nota lamentável, não vou desistir’ Evie cruzou os braços revoltada ‘Acho um absurdo não conseguir transmutar nem uma pedrinha minúscula depois de 5 anos, vou aprender isso nem que seja a ultima coisa que eu faça!’
‘Alquimia é tão fácil, não sei porque vocês não conseguem fazer os exercícios bobos que a professora pede’ todos olharam feio para Annia e ela riu alto ‘Não adianta me olharem assim, é verdade!’
‘Eu fui o único que não lembrei o nome dos filósofos bruxos e inventei nomes ou mais alguém também se saiu mal em Literatura Mágica?’ Luka falou rindo e quase todos levantaram as mãos ‘É, bom, isso conforta um pouco... Mas a professora Mira é tão linda, espero que seja piedosa também e me deixe continuar com as aulas’
‘Argh, e Arte das Trevas?’ Vina bufou alto arrancando o cachecol do pescoço ‘Não sei como ainda temos essa matéria, é um absurdo ser avaliado em um N.O.M. e esperar ter se saído bem em como torturar e matar uma pessoa inocente! Espero sinceramente que seja reprovada nisso, e assim possa ser liberada das aulas no próximo ano’
‘Eu até que gosto das aulas’ todos olharam espantados para Max ‘Calma, não disse que acho legal sair por aí usando o que aprendemos, só acho que é bom, porque sabemos as armas do inimigo. Ou vai dizer que preferiam não ter qualquer noção do tipo de coisa que esses comensais fazem às pessoas?’
Ninguém respondeu de imediato, mas a troca de olhares deixava claro que todos concordavam com Max. Milla mudou o assunto lembrando do exame de Transfiguração, quando o grupo foi interrompido pela chegada do vice-diretor. Ivan Klasnic parou ao lado da roda e Shane, primo de Chris do 4º ano, estava ao seu lado.
‘Sr. O’Shea, pode me acompanhar, por favor’ disse sério, algo que não era comum
‘O que aconteceu?’ Chris congelou ao ver que o primo acompanhava o diretor, como se já esperasse ser chamado por ele
‘Por favor, acompanhe-me até meu escritório, preciso falar em particular com o senhor e o Sr. Foutley’
Chris olhou para Evie e Max antes de levantar e seguiu o diretor pelo corredor que levava até sua sala. Ninguém no grupo pareceu perceber que algo de errado estava acontecendo e o assunto sobre os exames continuou, mas Evie não participou mais da conversa. Ela sabia exatamente o que tanto afligia o amigo, e a idéia de que talvez as preocupações de Chris se concretizassem lhe causos calafrios.
A conversa entre o diretor e os dois primos durou cerca de 10 minutos, e logo Chris estava de volta ao pátio. Evie viu quando Shane atravessou o gramado apressado, e notou que ele tinha lágrimas no rosto. Max também notara isso, e encarou a irmã preocupado quando Chris parou em frente a eles com os olhos inchados que denunciavam que ele estivera chorando.
‘Está tudo bem, Chris?’ A pergunta era idiota, mas ainda assim inevitável
‘Minha madrinha, ela-’ ele engasgou sem conseguir terminar a frase, mas não era necessário
‘Como foi isso?’ Max ficou de pé e parou ao lado do amigo, apertando seu ombro
‘Um ataque em Hogwarts’ as palavras pareciam doer ao saírem, mas Chris continuou ‘Ela estava tirando Harry Potter do castelo quando um dos comensais lançou o avada kedavra nele’ Chris fez uma pausa, como se dizer aquilo fosse a coisa mais difícil que ele já fizera ‘Ela se atirou na frente para receber o feitiço e salvar sua vida’
‘Chris, eu sinto muito’ Evie estava de pé também e o abraçou. Chris não tentou mais reter as lágrimas e permitiu que elas caíssem
‘Meu pai está vindo nos buscar, vamos para casa hoje mesmo, o enterro é amanhã’
‘Evie e eu vamos com você’ Max falou decidido e teve o apoio da irmã
‘Não vamos deixar você sozinho, vamos ficar ao seu lado amanhã’ Evie sorriu de leve para o amigo e ele retribuiu ‘Megan sempre foi gentil conosco’
‘Obrigado, vou precisar de vocês dois lá’
‘Chris, se você precisar de alguma coisa, a gente vai estar aqui’ Milla o abraçou também, os olhos marejados
‘Fica bem, ok?’ Vina tentava segurar as lágrimas quando o abraçou
Chris se despediu dos amigos e caminhou até sua república para começar a juntar as coisas para voltar para casa. Seu pai, Kegan, já aguardava nos portões da escola com Shane quando ele chegou ao lado de Evie e Max. Seus amigos voltariam depois do enterro, mas ele ficaria em casa e só voltaria a ver o castelo em Setembro.
Thursday, June 28, 2007
Tuesday, June 12, 2007
Iago e eu caminhamos até a sorveteria e ao contrário do que imaginávamos ela estava cheia. Mas logo conseguimos uma mesa e ficamos tomando sorvete com calda quente, rindo e conversando.
- Ah, mas eu não levo muito jeito pra Herbologia, nunca fui muito ligado a plantas. Mas gosto de frutas. - dizia Iago enquanto roubava as cerejas que havia em meu sorvete.
Notamos quando Luka entrou na sorveteria e vinha acompanhado de Nadja Zolkoff, uma morena alta da Ansuz, que fazia parte do grupo da Geórgia, as tais garotas populares. Notei que Iago ficou rígido ao meu lado e tornei a olhar para os dois. Ela cochichou algo no ouvido de Luka e ele assentiu enquanto vinham em nossa direção.
- Oi Karkaroff, Kovac. Podemos sentar com vocês? Está tão cheio e a mesa de vocês é ótima. - ele perguntou.
- Claro, temos lugares sobrando. – respondi após olhar para Iago.
Começamos a conversar sobre coisas comuns, até que os garotos começaram a falar do assunto que os alimenta: Quadribol, até que em determinada hora ela disse:
- Não consigo entender como vocês gostam tanto de quadribol. É tão violento e tão sujo não é Milla?
- Também acho, mas sabe que passei a apreciar os jogos? Alguns jogadores são muito bons em campo. - e coloquei a mão sobre a de Iago que a pegou sorrindo.
- Milla costuma jogar conosco nas férias por brincadeira. Por sorte o irmão dela joga muito bem, e ela só fica voando de um lado a outro, apreciando a paisagem. – provocou Luka.
- Não seja mentiroso Luka. Não tenho a obrigação de ser uma boa jogadora, afinal eu não sonho com a carreira no quadribol. - respondi.
- Claro que uma garota não deve nem pensar em jogar quadribol, ficariam masculinizadas. - disse Nadja.
-Além de que algumas não teriam cérebro para tanto. - disse Luka e o excesso de chauvinismo estava me irritando.
- Mas algumas jogam muito bem e fazem parte das seleções de seus países, vejam a Moran, da seleção da Irlanda. Ela é bem bonita e muito inteligente. - comentou Iago e Luka concordou, dizendo ter lido a última entrevista dela na Só Quadribol.
- Ah é? Você acha a Moran bonita jogando quadribol? Talvez eu deva jogar também. - provoquei e ele e Luka começaram a rir com gosto ao gritinho horrorizado de Nadja.
- Claro que isso seria um delírio né? Você não faria uma coisa idiota destas. Seria massacrada no primeiro jogo. E imagina o que falariam de você. Nem pensar! - disse Nadja.
- E você é pequena demais, o vento te levaria embora. – disse Luka e Iago riu junto com ele.
- Porque seria uma catástrofe? Já pensaram que talvez a violência nos jogos diminua se as garotas começarem a entrar em campo? Podemos ser tão boas quanto os rapazes.
- Isso não vai acontecer, Milla. Nunca uma garota conseguirá jogar aqui, sem correr riscos. E imagina termos que separar os vestiários, porque não haveria lugar pros bobs e cremes delas rsrsrs. – disse Luka.
-E se quebrarem uma unha? Olha o desastre mundial: jogo em dia de chuva. – completou Iago e ele e Luka começaram a gargalhar com gosto e Nadja ria com uma cara tonta junto com eles e disse entre uma risadinha e outra:
- Sabe que sinto falta deste seu bom humor Iago? Fomos tão felizes juntos. Oops! Escapou. - ela disse pondo a mão na boca quando viu que eu parei de rir. Olhei para Iago e ele estava calado, e Luka tinha um brilho divertido no olhar. Parecia que ele queria ver o circo pegar fogo.
Respirei fundo e olhei para Nadja e sorri dizendo:
- Iago é sempre muito engraçado mesmo. Sabe, o papo está ótimo, mas eu preciso ir embora, ainda tenho alguns pergaminhos para escrever. Tchau. – Iago rapidamente pôs o dinheiro na mesa e se despediu deles, vindo atrás de mim. Tentou por a mão em meu ombro, mas ao ver o olhar feio que lancei para ele, ele recolheu a mão. Andamos por um tempo, e de repente me virei zangada:
- Quer dizer que uma garota não pode jogar quadribol porque iria quebrar as unhas e o mundo sairia do eixo?
- Ou então vocês escorregariam nos cremes delas? ¬¬.
- Ah não, nós ficaríamos lendo a revista de fofocas, enquanto os machões suam jogando de verdade no campo.
- Lud, você ficou braba por isso? Sabe que é zoeira. - e começou a rir, mas parou, quando viu que eu não ria.
- Sim, eu percebi que a testosterona ali estava nas alturas. Tudo muito engraçado. E sua ex estava saudosa, só faltou dizer de cima dos 2 metros de altura dela:
"Iago larga esta anã e volta pra mim". Tá arrependido de estar comigo? Se quiser pode voltar lá. – disse irritada.
- Não vou voltar para lá, porque você está aqui. Você ficou com ciúmes dela? – ele perguntou incerto.
- Ciúmes eu? Qual é... Imagina se vou ter ciúmes daquilo. Só acho que você estava muito empolgado zombando das mulheres, nós podemos ser tão boas quantos vocês nos esportes.
- Sim, algumas podem ser mesmo. Mas não consigo imaginar você jogando quadribol, Lud.
- Porque posso confundir os aros com um espelho? É... Eles têm a forma parecida mesmo. ¬¬
- Não é por isso Lud, você não é assim. É que você é... (aposto que ele ia dizer baixinha, mas pensou melhor) - Leve e aqui nós jogamos duro, podemos nos machucar sério. Já levou um balaço na cara? Não! Já deslocou um ombro e teve que continuar jogando? Não, e nem queira, aquilo dói muito. É melhor você ficar na torcida, é mais seguro.
-Algumas vezes o "mais seguro", é o que machuca mais sabia? – comecei a andar e percebi que ele vinha atrás, levantei a mão fazendo um sinal e ele entendeu que eu queria ficar sozinha. Antes de ir, ele ainda disse:
- Você é que é importante para mim, Lud.
Percebi que por mais argumentos que usasse Iago iria ter a mesma opinião, talvez se ele tivesse uma prova de que as mulheres podem jogar igual, ou melhor que um garoto e ele perceba que este tipo de preconceito é ridículo. O pior era que Luka, que às vezes se mostrava tão moderno, pois Irina era tratadora de dragões, pensava igual. Talvez um dia eu possa mostrar a eles que posso ser tão boa quanto um menino num jogo.
Além de precisar engolir o fato de Nadja se mostrar arrependida por terminar o namoro com Iago, me deixou abalada.
- Ah, mas eu não levo muito jeito pra Herbologia, nunca fui muito ligado a plantas. Mas gosto de frutas. - dizia Iago enquanto roubava as cerejas que havia em meu sorvete.
Notamos quando Luka entrou na sorveteria e vinha acompanhado de Nadja Zolkoff, uma morena alta da Ansuz, que fazia parte do grupo da Geórgia, as tais garotas populares. Notei que Iago ficou rígido ao meu lado e tornei a olhar para os dois. Ela cochichou algo no ouvido de Luka e ele assentiu enquanto vinham em nossa direção.
- Oi Karkaroff, Kovac. Podemos sentar com vocês? Está tão cheio e a mesa de vocês é ótima. - ele perguntou.
- Claro, temos lugares sobrando. – respondi após olhar para Iago.
Começamos a conversar sobre coisas comuns, até que os garotos começaram a falar do assunto que os alimenta: Quadribol, até que em determinada hora ela disse:
- Não consigo entender como vocês gostam tanto de quadribol. É tão violento e tão sujo não é Milla?
- Também acho, mas sabe que passei a apreciar os jogos? Alguns jogadores são muito bons em campo. - e coloquei a mão sobre a de Iago que a pegou sorrindo.
- Milla costuma jogar conosco nas férias por brincadeira. Por sorte o irmão dela joga muito bem, e ela só fica voando de um lado a outro, apreciando a paisagem. – provocou Luka.
- Não seja mentiroso Luka. Não tenho a obrigação de ser uma boa jogadora, afinal eu não sonho com a carreira no quadribol. - respondi.
- Claro que uma garota não deve nem pensar em jogar quadribol, ficariam masculinizadas. - disse Nadja.
-Além de que algumas não teriam cérebro para tanto. - disse Luka e o excesso de chauvinismo estava me irritando.
- Mas algumas jogam muito bem e fazem parte das seleções de seus países, vejam a Moran, da seleção da Irlanda. Ela é bem bonita e muito inteligente. - comentou Iago e Luka concordou, dizendo ter lido a última entrevista dela na Só Quadribol.
- Ah é? Você acha a Moran bonita jogando quadribol? Talvez eu deva jogar também. - provoquei e ele e Luka começaram a rir com gosto ao gritinho horrorizado de Nadja.
- Claro que isso seria um delírio né? Você não faria uma coisa idiota destas. Seria massacrada no primeiro jogo. E imagina o que falariam de você. Nem pensar! - disse Nadja.
- E você é pequena demais, o vento te levaria embora. – disse Luka e Iago riu junto com ele.
- Porque seria uma catástrofe? Já pensaram que talvez a violência nos jogos diminua se as garotas começarem a entrar em campo? Podemos ser tão boas quanto os rapazes.
- Isso não vai acontecer, Milla. Nunca uma garota conseguirá jogar aqui, sem correr riscos. E imagina termos que separar os vestiários, porque não haveria lugar pros bobs e cremes delas rsrsrs. – disse Luka.
-E se quebrarem uma unha? Olha o desastre mundial: jogo em dia de chuva. – completou Iago e ele e Luka começaram a gargalhar com gosto e Nadja ria com uma cara tonta junto com eles e disse entre uma risadinha e outra:
- Sabe que sinto falta deste seu bom humor Iago? Fomos tão felizes juntos. Oops! Escapou. - ela disse pondo a mão na boca quando viu que eu parei de rir. Olhei para Iago e ele estava calado, e Luka tinha um brilho divertido no olhar. Parecia que ele queria ver o circo pegar fogo.
Respirei fundo e olhei para Nadja e sorri dizendo:
- Iago é sempre muito engraçado mesmo. Sabe, o papo está ótimo, mas eu preciso ir embora, ainda tenho alguns pergaminhos para escrever. Tchau. – Iago rapidamente pôs o dinheiro na mesa e se despediu deles, vindo atrás de mim. Tentou por a mão em meu ombro, mas ao ver o olhar feio que lancei para ele, ele recolheu a mão. Andamos por um tempo, e de repente me virei zangada:
- Quer dizer que uma garota não pode jogar quadribol porque iria quebrar as unhas e o mundo sairia do eixo?
- Ou então vocês escorregariam nos cremes delas? ¬¬.
- Ah não, nós ficaríamos lendo a revista de fofocas, enquanto os machões suam jogando de verdade no campo.
- Lud, você ficou braba por isso? Sabe que é zoeira. - e começou a rir, mas parou, quando viu que eu não ria.
- Sim, eu percebi que a testosterona ali estava nas alturas. Tudo muito engraçado. E sua ex estava saudosa, só faltou dizer de cima dos 2 metros de altura dela:
"Iago larga esta anã e volta pra mim". Tá arrependido de estar comigo? Se quiser pode voltar lá. – disse irritada.
- Não vou voltar para lá, porque você está aqui. Você ficou com ciúmes dela? – ele perguntou incerto.
- Ciúmes eu? Qual é... Imagina se vou ter ciúmes daquilo. Só acho que você estava muito empolgado zombando das mulheres, nós podemos ser tão boas quantos vocês nos esportes.
- Sim, algumas podem ser mesmo. Mas não consigo imaginar você jogando quadribol, Lud.
- Porque posso confundir os aros com um espelho? É... Eles têm a forma parecida mesmo. ¬¬
- Não é por isso Lud, você não é assim. É que você é... (aposto que ele ia dizer baixinha, mas pensou melhor) - Leve e aqui nós jogamos duro, podemos nos machucar sério. Já levou um balaço na cara? Não! Já deslocou um ombro e teve que continuar jogando? Não, e nem queira, aquilo dói muito. É melhor você ficar na torcida, é mais seguro.
-Algumas vezes o "mais seguro", é o que machuca mais sabia? – comecei a andar e percebi que ele vinha atrás, levantei a mão fazendo um sinal e ele entendeu que eu queria ficar sozinha. Antes de ir, ele ainda disse:
- Você é que é importante para mim, Lud.
Percebi que por mais argumentos que usasse Iago iria ter a mesma opinião, talvez se ele tivesse uma prova de que as mulheres podem jogar igual, ou melhor que um garoto e ele perceba que este tipo de preconceito é ridículo. O pior era que Luka, que às vezes se mostrava tão moderno, pois Irina era tratadora de dragões, pensava igual. Talvez um dia eu possa mostrar a eles que posso ser tão boa quanto um menino num jogo.
Além de precisar engolir o fato de Nadja se mostrar arrependida por terminar o namoro com Iago, me deixou abalada.
Thursday, June 07, 2007
As últimas semanas estavam sendo difíceis para todos com a aproximação das provas e a frente fria, que parecia não querer sair nunca mais da Bulgária, não ajudava a aumentar a disposição dos alunos. No dia mais quente da semana, a temperatura máxima havia sido 3 graus.
- Não sei como você consegue lidar com tudo isso ao mesmo tempo, Nina. Eu mal terminei os três rolos de pergaminho de poções...- resmungou Milla, enquanto tentava puxar os livros sem acordar Vina, que havia dormido sobre eles.
- E quem disse que eu terminei? Estava terminando de escrever um artigo para o Clube – disse Nina, com um sorriso satisfeito no rosto, jogando um pergaminho de lado – Ahá! Terminei transfiguração! Agora só mais 1 pergaminho de poções e estou livre.
Todas as garotas da República pareciam estar concentradas em seus trabalhos. Até Vina, que estava usando uma pilha de livros de adivinhação como travesseiro, acordou assustada e estava hipnotizada encarando um texto de herbologia...de cabeça para baixo. A única que parecia estar absorta em seu próprio mundo onde as provas eram uma realidade distante, era Evie.
- Evangeline, tem um trasgo montanhês atrás de você – gritou Milla, tentando arrancar uma reação da menina, que meramente disparou um raio de luz vermelha por cima da poltrona. – É assim que ela pretendia se livrar de um trasgo montanhês?
- Acho que ela está assim por causa das eleições ainda. A legalmente loira não parece estar com vontade de deixar que a gente esqueça de que ela foi a vencedora. O que você acha, Vina? – perguntou Nina para a amiga que continuava encarando o pergaminho de herbologia.
- Vina? Vina?? – Milla sacudiu as mãos freneticamente na frente do rosto da amiga, que nem sequer piscou – Ou ela está realmente concentrada ou dormiu de olhos abertos. Eu voto pela segunda opção!
- Voto? SERÁ QUE VOCÊS NÃO SABEM FALAR DE OUTRA COISA?!!! – explodiu Evie, saindo da poltrona e batendo a porta do quarto.
- Ok...o que foi aquilo?! – murmurou Milla, ainda assustada com a reação da amiga – Eu acho que as eleições não são o problema, mas aquela carta que o Josh mandou...ela ficou realmente aborrecida. E também o fato de estar um pouco atrasada na matéria por causa da suspensão. Nada colabora! Devemos conversar com ela?
- A não ser que você queira que ela te mostre como realmente atacaria um trasgo, eu diria que não! – riu Nina, fechando o livro de poções e guardando o pergaminho dentro – Terminei! Quer tomar sorvete?
- Uhnn...eu ainda tenho que terminar herbologia e poções e deve estar uns 2 graus lá fora...claro que eu quero tomar sorvete! Quer ir, Vina? – disse, cutucando o braço da amiga, sem obter nenhuma resposta. – Novas opções: ou ela está dormindo de olhos abertos ou morreu!
- Com a quantidade de remédios que ela toma? Impossível! O sistema imunológico dela deve ser imune até ao Avada Kedavra. E a Evie?
- Se você quiser bater na porta do quarto, fique à vontade... – brincou Milla
Os arredores da cidade pareciam estar completamente desertos e Nina se sentiu extremamente relapsa por estar indo tomar sorvete enquanto os outros estudavam.
- Ah, claro, você realmente acha que eles estão estudando?? Todos devem estar perto da lareira tomando uísque de fogo, você já notou o frio que está fazendo? – disse Milla, apertando o cachecol em torno do pescoço quando o filho de Karkaroff apareceu correndo.
- Hey, Lud! Olá, Olenova. – cumprimentou o menino, ruborizando, aparentemente porque havia corrido demais – Estava...passando por aqui quando vi vocês duas e resolvi dar um olá!
- Sei...passando...aposto que você estava dentro da República quando notou que nós passamos pela janela! – disse Milla, abraçando o menino que corou mais ainda. – Quer tomar sorvete?
- Hey, eu não vou ficar no meio dos dois! Pode ir com o Karkaroff, Milla, eu vou tomar meu sorvete! – respondeu Nina, empurrando a menina na direção de Iago.
- Você não se importa, Nina?
- Claro que não! Daqui a pouco eu já vou voltar para a República para tentar acordar a Vina ou acalmar a Evie.
- Boa sorte, então!! – riu Milla, andando com Iago para a direção oposta.
Nina fechou o casaco com força e se enrolou no cachecol, já duvidando que tomar sorvete havia sido uma boa idéia. Pensou em voltar para a República e terminar de estudar com Liz, mas lembrou que a garota havia saído com os amigos da Mannaz. Os trigêmeos, cada um a sua maneira, pareciam estar se adaptando muito bem a Durmstrang. Izzie já era uma das garotas mais populares, em poucas semanas. Michael, apesar de não desgrudar de Nina, parecia radiante e estava tirando notas ótimas, sendo um dos favoritos dos professores. E Chris...bom, Chris exercia um fascínio estranho sobre as garotas. Seu jeito anti-social e mal humorado fazia com que grupos de patricinhas se amontoassem e começassem com risadinhas histéricas toda vez que ele passava pelo corredor. Ao mesmo tempo em que ele parecia achar tudo aquilo extremamente entediante, estava se divertindo bastante com a situação, já que fazia questão de bagunçar os cabelos displicentemente toda vez que encontrava uma delas.
- Ninys!! – um ponto colorido parecia vir correndo na direção de Nina, despertando a menina de seus devaneios.
- Ah...oi, Michael. – Nina tentou parecer alegre com o sinal do amigo, mas realmente não estava com vontade de conversar com Mike – Como você está?
- Òtimo...bem melhor agora, aliás! – disse, abrindo um sorriso de orelha a orelha.
Tudo no garoto parecia aborrecer Nina. Sua dependência extrema, seu jeito saltitante, suas roupas arrumadinhas e cabelo metodicamente separado e fixado com gel. No entanto, não entendia porque se sentia tão incomodada, já que ele era absolutamente doce e considerado o amigo perfeito por 104% das pessoas de Durmstrang.
- Onde você está indo? – perguntou o menino, segurando a mão de Nina, como sempre insistia em fazer toda vez que a encontrava.
- Er... – enquanto tentava soltar os dedos gelados da mão de Michael, pensava no lugar mais chato que viesse a sua mente – fazer bonecos de neve! Hehe...está frio, né? É realmente uma péssima idéia!
- Claro que não! Eu adoro bonecos de neve! Quer que eu arrume uma cenoura para usar como nariz? Eu posso ir lá na República e volto rapidinh...
- Não!! Mudei de idéia...eu nem trouxe luvas...
- Eu te empresto as minhas! – disse o menino, arrancando as luvas da mão.
- Por Merlin, não! Obrigada, obrigada, mas eu não quero as suas luvas...está muito frio aqui fora, eu vou voltar para a República.
- Eu te acompanho, então. Uma menina não deve andar sozinha pelos arredores da cidade. – disse Michael, procurando os dedos da garota novamente, enquanto ela fazia questão de esconder a mão no bolso do casaco.
- E o que você vai fazer se o monstro do lago pular na nossa frente? Gritar mais alto? –retrucou Nina, rispidamente.
Antes que Michael pudesse ter tempo para responder, outro ponto colorido aparecia correndo em direção aos dois. Michael preparou sua varinha inutilmente, enquanto Nina balançava a cabeça tentando conter um muxoxo de desaprovação. Chris Parker vinha com uma coruja marrom no ombro, segurando duas cartas. Assim que o menino foi chegando mais perto, Nina teve o irresistível impulso de segurar a mão de Michael, embora não tenha parado para pensar o porquê.
- Michael. Olenova. – disse ele, sorrindo levemente e estendendo as mãos, cada uma com uma carta.
- Ei, Parker. – respondeu Nina, tentando parecer completamente indiferente e esmagando os dedos de Mike. – O que é isso?
- Se eu te contasse, você confirmaria que eu leio a sua correspondência.
- Ela está lacrada, você não poderia ter lido... – Nina parou quando encontrou o sorriso divertido de Chris ao ver o dilema da menina – Idiota. Você e Liz também receberam uma igual, certo?
- Como adivinhou, prodígio? – perguntou Chris, sem encarar Michael que parecia irritado com a situação, embora ainda apertasse a mão de Nina.
- Os remetentes são os mesmos e a sua está caindo do seu bolso – respondeu Nina, sorrindo e rasgando a carta para ler. – O QUÊ?! Nossos pais voltaram a trabalhar??? VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO!!
- Não é? Essa foi a minha reação! Quero dizer...eles estão um pouco velhos para vestir a capa e sair a procura dos infratores...
- ISSO É UM ABSURDO!! LOGO AGORA QUE ESTÃO DIZENDO QUE VOLDEMORT VOLTOU?! – Nina ainda não tinha parado de gritar. Michael arregalou os olhos, enquanto ainda lia a carta e Chris segurava o riso. – E não deram explicação nenhuma??? “Voltei ao trabalho” e PONTO FINAL?!
- Eu também achei isso muito estranho...eles foram convocados por alguma razão e não explicaram...
- É estranho mesmo, mas confio no meu pai e ele deve ter tomado a decisão certa – interrompeu Michael, dando um fim ao debate. – Você não ia voltar para a República? Vamos?
- Claro...vamos sim.
- Tchau, Olenova. – Chris gritou de longe, acenando, ainda com um tom de indiferença, mas com um olhar mais amistoso do que o normal.
- Não sei como você consegue lidar com tudo isso ao mesmo tempo, Nina. Eu mal terminei os três rolos de pergaminho de poções...- resmungou Milla, enquanto tentava puxar os livros sem acordar Vina, que havia dormido sobre eles.
- E quem disse que eu terminei? Estava terminando de escrever um artigo para o Clube – disse Nina, com um sorriso satisfeito no rosto, jogando um pergaminho de lado – Ahá! Terminei transfiguração! Agora só mais 1 pergaminho de poções e estou livre.
Todas as garotas da República pareciam estar concentradas em seus trabalhos. Até Vina, que estava usando uma pilha de livros de adivinhação como travesseiro, acordou assustada e estava hipnotizada encarando um texto de herbologia...de cabeça para baixo. A única que parecia estar absorta em seu próprio mundo onde as provas eram uma realidade distante, era Evie.
- Evangeline, tem um trasgo montanhês atrás de você – gritou Milla, tentando arrancar uma reação da menina, que meramente disparou um raio de luz vermelha por cima da poltrona. – É assim que ela pretendia se livrar de um trasgo montanhês?
- Acho que ela está assim por causa das eleições ainda. A legalmente loira não parece estar com vontade de deixar que a gente esqueça de que ela foi a vencedora. O que você acha, Vina? – perguntou Nina para a amiga que continuava encarando o pergaminho de herbologia.
- Vina? Vina?? – Milla sacudiu as mãos freneticamente na frente do rosto da amiga, que nem sequer piscou – Ou ela está realmente concentrada ou dormiu de olhos abertos. Eu voto pela segunda opção!
- Voto? SERÁ QUE VOCÊS NÃO SABEM FALAR DE OUTRA COISA?!!! – explodiu Evie, saindo da poltrona e batendo a porta do quarto.
- Ok...o que foi aquilo?! – murmurou Milla, ainda assustada com a reação da amiga – Eu acho que as eleições não são o problema, mas aquela carta que o Josh mandou...ela ficou realmente aborrecida. E também o fato de estar um pouco atrasada na matéria por causa da suspensão. Nada colabora! Devemos conversar com ela?
- A não ser que você queira que ela te mostre como realmente atacaria um trasgo, eu diria que não! – riu Nina, fechando o livro de poções e guardando o pergaminho dentro – Terminei! Quer tomar sorvete?
- Uhnn...eu ainda tenho que terminar herbologia e poções e deve estar uns 2 graus lá fora...claro que eu quero tomar sorvete! Quer ir, Vina? – disse, cutucando o braço da amiga, sem obter nenhuma resposta. – Novas opções: ou ela está dormindo de olhos abertos ou morreu!
- Com a quantidade de remédios que ela toma? Impossível! O sistema imunológico dela deve ser imune até ao Avada Kedavra. E a Evie?
- Se você quiser bater na porta do quarto, fique à vontade... – brincou Milla
Os arredores da cidade pareciam estar completamente desertos e Nina se sentiu extremamente relapsa por estar indo tomar sorvete enquanto os outros estudavam.
- Ah, claro, você realmente acha que eles estão estudando?? Todos devem estar perto da lareira tomando uísque de fogo, você já notou o frio que está fazendo? – disse Milla, apertando o cachecol em torno do pescoço quando o filho de Karkaroff apareceu correndo.
- Hey, Lud! Olá, Olenova. – cumprimentou o menino, ruborizando, aparentemente porque havia corrido demais – Estava...passando por aqui quando vi vocês duas e resolvi dar um olá!
- Sei...passando...aposto que você estava dentro da República quando notou que nós passamos pela janela! – disse Milla, abraçando o menino que corou mais ainda. – Quer tomar sorvete?
- Hey, eu não vou ficar no meio dos dois! Pode ir com o Karkaroff, Milla, eu vou tomar meu sorvete! – respondeu Nina, empurrando a menina na direção de Iago.
- Você não se importa, Nina?
- Claro que não! Daqui a pouco eu já vou voltar para a República para tentar acordar a Vina ou acalmar a Evie.
- Boa sorte, então!! – riu Milla, andando com Iago para a direção oposta.
Nina fechou o casaco com força e se enrolou no cachecol, já duvidando que tomar sorvete havia sido uma boa idéia. Pensou em voltar para a República e terminar de estudar com Liz, mas lembrou que a garota havia saído com os amigos da Mannaz. Os trigêmeos, cada um a sua maneira, pareciam estar se adaptando muito bem a Durmstrang. Izzie já era uma das garotas mais populares, em poucas semanas. Michael, apesar de não desgrudar de Nina, parecia radiante e estava tirando notas ótimas, sendo um dos favoritos dos professores. E Chris...bom, Chris exercia um fascínio estranho sobre as garotas. Seu jeito anti-social e mal humorado fazia com que grupos de patricinhas se amontoassem e começassem com risadinhas histéricas toda vez que ele passava pelo corredor. Ao mesmo tempo em que ele parecia achar tudo aquilo extremamente entediante, estava se divertindo bastante com a situação, já que fazia questão de bagunçar os cabelos displicentemente toda vez que encontrava uma delas.
- Ninys!! – um ponto colorido parecia vir correndo na direção de Nina, despertando a menina de seus devaneios.
- Ah...oi, Michael. – Nina tentou parecer alegre com o sinal do amigo, mas realmente não estava com vontade de conversar com Mike – Como você está?
- Òtimo...bem melhor agora, aliás! – disse, abrindo um sorriso de orelha a orelha.
Tudo no garoto parecia aborrecer Nina. Sua dependência extrema, seu jeito saltitante, suas roupas arrumadinhas e cabelo metodicamente separado e fixado com gel. No entanto, não entendia porque se sentia tão incomodada, já que ele era absolutamente doce e considerado o amigo perfeito por 104% das pessoas de Durmstrang.
- Onde você está indo? – perguntou o menino, segurando a mão de Nina, como sempre insistia em fazer toda vez que a encontrava.
- Er... – enquanto tentava soltar os dedos gelados da mão de Michael, pensava no lugar mais chato que viesse a sua mente – fazer bonecos de neve! Hehe...está frio, né? É realmente uma péssima idéia!
- Claro que não! Eu adoro bonecos de neve! Quer que eu arrume uma cenoura para usar como nariz? Eu posso ir lá na República e volto rapidinh...
- Não!! Mudei de idéia...eu nem trouxe luvas...
- Eu te empresto as minhas! – disse o menino, arrancando as luvas da mão.
- Por Merlin, não! Obrigada, obrigada, mas eu não quero as suas luvas...está muito frio aqui fora, eu vou voltar para a República.
- Eu te acompanho, então. Uma menina não deve andar sozinha pelos arredores da cidade. – disse Michael, procurando os dedos da garota novamente, enquanto ela fazia questão de esconder a mão no bolso do casaco.
- E o que você vai fazer se o monstro do lago pular na nossa frente? Gritar mais alto? –retrucou Nina, rispidamente.
Antes que Michael pudesse ter tempo para responder, outro ponto colorido aparecia correndo em direção aos dois. Michael preparou sua varinha inutilmente, enquanto Nina balançava a cabeça tentando conter um muxoxo de desaprovação. Chris Parker vinha com uma coruja marrom no ombro, segurando duas cartas. Assim que o menino foi chegando mais perto, Nina teve o irresistível impulso de segurar a mão de Michael, embora não tenha parado para pensar o porquê.
- Michael. Olenova. – disse ele, sorrindo levemente e estendendo as mãos, cada uma com uma carta.
- Ei, Parker. – respondeu Nina, tentando parecer completamente indiferente e esmagando os dedos de Mike. – O que é isso?
- Se eu te contasse, você confirmaria que eu leio a sua correspondência.
- Ela está lacrada, você não poderia ter lido... – Nina parou quando encontrou o sorriso divertido de Chris ao ver o dilema da menina – Idiota. Você e Liz também receberam uma igual, certo?
- Como adivinhou, prodígio? – perguntou Chris, sem encarar Michael que parecia irritado com a situação, embora ainda apertasse a mão de Nina.
- Os remetentes são os mesmos e a sua está caindo do seu bolso – respondeu Nina, sorrindo e rasgando a carta para ler. – O QUÊ?! Nossos pais voltaram a trabalhar??? VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO!!
- Não é? Essa foi a minha reação! Quero dizer...eles estão um pouco velhos para vestir a capa e sair a procura dos infratores...
- ISSO É UM ABSURDO!! LOGO AGORA QUE ESTÃO DIZENDO QUE VOLDEMORT VOLTOU?! – Nina ainda não tinha parado de gritar. Michael arregalou os olhos, enquanto ainda lia a carta e Chris segurava o riso. – E não deram explicação nenhuma??? “Voltei ao trabalho” e PONTO FINAL?!
- Eu também achei isso muito estranho...eles foram convocados por alguma razão e não explicaram...
- É estranho mesmo, mas confio no meu pai e ele deve ter tomado a decisão certa – interrompeu Michael, dando um fim ao debate. – Você não ia voltar para a República? Vamos?
- Claro...vamos sim.
- Tchau, Olenova. – Chris gritou de longe, acenando, ainda com um tom de indiferença, mas com um olhar mais amistoso do que o normal.
- Ahh...até mais, Parker. – respondeu a menina, ainda sem conseguir fechar a boca devido à surpresa. Seu pai havia prometido que não voltaria a trabalhar de jeito nenhum. Aliás, sua mãe já havia dito que se ele ousasse sair da aposentadoria, pediria divórcio. O que tinha mudado? Enquanto andava de volta para a República, largou a mão de Michael, sem nem ao menos lembrar o que ela estava fazendo ali antes.
Saturday, June 02, 2007
One minute forever
A sinner regreting
My vulgar misery ends
(And I) ride the winds of a brand new day
High where mountain's stand
Found my hope and pride again
Rebirth of a man
Time to fly...
(música: Rebirth – Angra)
Maio/1998
Lua nova...
Tudo estava escuro, mas era uma noite de Iniciação e ele teria que ir até as masmorras. Nos últimos tempos ele estava odiando ter que ir até lá, chegava ao ponto de às vezes não conseguir se olhar no espelho. Mas reprimiu sua rebeldia, e foi em frente.
Olhou para os novatos. Sentiu um pouco de pena pelo estado de embriaguez em que eles se encontravam, mas fazer o que? Tudo fazia parte da Iniciação, de repente Arthur falou:
- Obrigado Breunor' Artur parou diante dos calouros e abriu a urna que Breunor trouxera 'É chegada à hora do desafio final. Somente cinco de vocês poderão entrar para a Irmandade, e quem determinará isso serão vocês mesmos' os meninos se entreolharam curiosos e Artur deixou escapar uma risada rouca 'Cador irá separar vocês em duplas e duelarão pela vaga. Os cinco que se mantiverem de pé serão merecedores de se tornarem Reis e Sombras'. Arthur afastou-se e os meninos puderam ver espadas dentro da urna. Todas brilhavam muito e aparentavam ser pesadas.
Arthur notou sua falta de entusiasmo e perguntou:
- Qual o problema Ivain?
- Eles estão muito bêbados. Podem se machucar seriamente.
- Mas aí está a graça da coisa: Sangue! - respondeu Accolon e os outros riram, Arthur continuou:
- Cada um de vocês irá duelar por seu lugar em nosso mundo. Os vencedores farão parte da Irmandade, e os perdedores... Bem, ser chamado de perdedor já diz tudo. Que comecem os duelos.
Cador empurrou os calouros para que ficassem de pé e os dividiu em cinco duplas, ordenando que cada um apanhasse uma espada. O barulho de um tiro ecoou pela sala e logo o lugar se encheu com o som das espadas se chocando uma com as outras.
Não demorou muito e o cheiro acre de sangue começou a impregnar o ar. Ao final havia cinco vitoriosos, eram os que exibiam menos cortes e se mantinham de pé, já os cinco perdedores sangravam bastante.
- Ivain quero que leve estes garotos e os largue na praça. São indignos de estar em nossa presença. Quero que lidere isso pessoalmente, como seu pai fazia no passado. - ele sentiu uma raiva surda. Ele odiava lembrar que o pai havia cruzado aquelas masmorras antes dele.
- Não farei isso. Vou levá-los ao médico, estão muito machucados. Não achei que fosse deixar eles quase se matarem, Arthur. - ele respondeu revoltado enquanto abaixava para levantar um dos feridos. Olhou em volta e alguns exibiam o mesmo ar de preocupação que ele, mas estavam parados.
- Você ousa não cumprir uma ordem minha? Seu pai não agiria assim. - Arthur disse ríspido.
- Eu não sou o meu pai. Não apóio machucar alguém apenas por prazer. Eles ainda são garotos.
- Foi escolha deles, entrar pra a Irmandade, e isto requer sacrifícios. Ou você não se lembra como foram os seus? Vejo que você está mudando suas prioridades...
- Lembro muito bem, e começo a achar que meus sacrifícios não valeram à pena. Minhas prioridades dizem respeito apenas a mim. - e todos o olharam com espanto.
Ninguém nunca havia enfrentado o seu líder antes.
- Está arrependido Ivain?- o líder perguntou venenoso.
- Sim, estou.
- E o que vai fazer a respeito?- provocou Arthur.
- Cansei-me das ordens insanas, das crueldades gratuitas, de tudo... Eu estou saindo da Irmandade.
- Ninguém abandona a Irmandade. Não se quer se manter vivo. – ameaçou Accolon.
- Posso e vou. – ele respondeu e colocou a mão em sua varinha, disposto a tudo.
- Calma senhores. Para que você deixe a Irmandade há um preço, está disposto a pagá-lo?- perguntou o líder.
- Qual é o preço?- e sentiu seu estomago dar um salto.
- Haverá um duelo, igual ao dos trouxas. E se você vencer partirá. Viraremos as costas a você, e não conte conosco para nada. Agora se você perder... Permanecerá conosco e será regiamente castigado. Ah, meu jovem, você verá que as dores destes infelizes, não serão nada comparadas às suas. Quem quer enfrentar o desertor?
- Eu! Sempre soube que você não compartilhava de nossos ideais. - disse Galahad entre dentes.
- Não quando eles perderam o rumo Galahad. - respondeu.
O duelo seria com pistolas. Ficariam de costas um para o outro, contariam 10 passos virariam e disparariam. O primeiro a sangrar perderia.
Tudo foi feito como mandado, na hora dos tiros, o que se chamava Galahad recebeu um tiro de raspão no braço e Ivain foi ágil ou sortudo o bastante para apenas ouvir a bala passar zunindo pela sua orelha esquerda.
Soltou o ar preso nos pulmões: Ele havia vencido.
Estava livre para partir.
O líder virou-lhe as costas e riscou seu nome do livro de membros.
- Você deixou de existir para nós Ivain, Cavaleiro do Leão. – sentenciou o líder e ele acenou afirmativamente com a cabeça. Enquanto ele ajudava um dos meninos machucados a se levantar, olhou em volta e viu Galahad ser atendido por Boors. Tudo ficaria bem.
Caminhava devagar, pois os garotos não tinham muita força para andar e ainda estavam sob os efeitos do álcool. Não sabia quanto tempo havia passado, quando escutou passos as suas costas e se preparou para duelar com a varinha. Viu quando Galahad e Gauvain se aproximaram e o ajudaram com os garotos, sem falar nada. Caminharam silenciosos até a sua república e ele colocou os garotos lá dentro, virou-se para agradecer aos dois que ele considerava como amigos, mas eles o olharam friamente, dava para sentir o desprezo que sentiam por ele. Sentiu-se um pouco chateado, mas a sensação de liberdade logo o confortou.
Gemidos de dor o lembraram que havia muito a fazer, antes que a noite terminasse. Ouviu passos na escada e viu que teria ajuda para cuidar dos rejeitados.
- O que você fez Ivain?- perguntou um jovem.
- Não sou mais bem vindo entre eles, Kay.
- Não me chame assim, não fui digno de manter o nome de meu pai. – respondeu o jovem e após olhar para os garotos disse:
- Pelo menos eles vão ficar vivos. Devíamos ter formado nossa própria irmandade.
- Já a temos. Sempre o vi como meu irmão, Kay. – eles trocaram um sorriso e começam a fazer os curativos nos feridos. Infelizmente alguns deles, levariam as cicatrizes daquela noite pelo resto da vida.
A sinner regreting
My vulgar misery ends
(And I) ride the winds of a brand new day
High where mountain's stand
Found my hope and pride again
Rebirth of a man
Time to fly...
(música: Rebirth – Angra)
Maio/1998
Lua nova...
Tudo estava escuro, mas era uma noite de Iniciação e ele teria que ir até as masmorras. Nos últimos tempos ele estava odiando ter que ir até lá, chegava ao ponto de às vezes não conseguir se olhar no espelho. Mas reprimiu sua rebeldia, e foi em frente.
Olhou para os novatos. Sentiu um pouco de pena pelo estado de embriaguez em que eles se encontravam, mas fazer o que? Tudo fazia parte da Iniciação, de repente Arthur falou:
- Obrigado Breunor' Artur parou diante dos calouros e abriu a urna que Breunor trouxera 'É chegada à hora do desafio final. Somente cinco de vocês poderão entrar para a Irmandade, e quem determinará isso serão vocês mesmos' os meninos se entreolharam curiosos e Artur deixou escapar uma risada rouca 'Cador irá separar vocês em duplas e duelarão pela vaga. Os cinco que se mantiverem de pé serão merecedores de se tornarem Reis e Sombras'. Arthur afastou-se e os meninos puderam ver espadas dentro da urna. Todas brilhavam muito e aparentavam ser pesadas.
Arthur notou sua falta de entusiasmo e perguntou:
- Qual o problema Ivain?
- Eles estão muito bêbados. Podem se machucar seriamente.
- Mas aí está a graça da coisa: Sangue! - respondeu Accolon e os outros riram, Arthur continuou:
- Cada um de vocês irá duelar por seu lugar em nosso mundo. Os vencedores farão parte da Irmandade, e os perdedores... Bem, ser chamado de perdedor já diz tudo. Que comecem os duelos.
Cador empurrou os calouros para que ficassem de pé e os dividiu em cinco duplas, ordenando que cada um apanhasse uma espada. O barulho de um tiro ecoou pela sala e logo o lugar se encheu com o som das espadas se chocando uma com as outras.
Não demorou muito e o cheiro acre de sangue começou a impregnar o ar. Ao final havia cinco vitoriosos, eram os que exibiam menos cortes e se mantinham de pé, já os cinco perdedores sangravam bastante.
- Ivain quero que leve estes garotos e os largue na praça. São indignos de estar em nossa presença. Quero que lidere isso pessoalmente, como seu pai fazia no passado. - ele sentiu uma raiva surda. Ele odiava lembrar que o pai havia cruzado aquelas masmorras antes dele.
- Não farei isso. Vou levá-los ao médico, estão muito machucados. Não achei que fosse deixar eles quase se matarem, Arthur. - ele respondeu revoltado enquanto abaixava para levantar um dos feridos. Olhou em volta e alguns exibiam o mesmo ar de preocupação que ele, mas estavam parados.
- Você ousa não cumprir uma ordem minha? Seu pai não agiria assim. - Arthur disse ríspido.
- Eu não sou o meu pai. Não apóio machucar alguém apenas por prazer. Eles ainda são garotos.
- Foi escolha deles, entrar pra a Irmandade, e isto requer sacrifícios. Ou você não se lembra como foram os seus? Vejo que você está mudando suas prioridades...
- Lembro muito bem, e começo a achar que meus sacrifícios não valeram à pena. Minhas prioridades dizem respeito apenas a mim. - e todos o olharam com espanto.
Ninguém nunca havia enfrentado o seu líder antes.
- Está arrependido Ivain?- o líder perguntou venenoso.
- Sim, estou.
- E o que vai fazer a respeito?- provocou Arthur.
- Cansei-me das ordens insanas, das crueldades gratuitas, de tudo... Eu estou saindo da Irmandade.
- Ninguém abandona a Irmandade. Não se quer se manter vivo. – ameaçou Accolon.
- Posso e vou. – ele respondeu e colocou a mão em sua varinha, disposto a tudo.
- Calma senhores. Para que você deixe a Irmandade há um preço, está disposto a pagá-lo?- perguntou o líder.
- Qual é o preço?- e sentiu seu estomago dar um salto.
- Haverá um duelo, igual ao dos trouxas. E se você vencer partirá. Viraremos as costas a você, e não conte conosco para nada. Agora se você perder... Permanecerá conosco e será regiamente castigado. Ah, meu jovem, você verá que as dores destes infelizes, não serão nada comparadas às suas. Quem quer enfrentar o desertor?
- Eu! Sempre soube que você não compartilhava de nossos ideais. - disse Galahad entre dentes.
- Não quando eles perderam o rumo Galahad. - respondeu.
O duelo seria com pistolas. Ficariam de costas um para o outro, contariam 10 passos virariam e disparariam. O primeiro a sangrar perderia.
Tudo foi feito como mandado, na hora dos tiros, o que se chamava Galahad recebeu um tiro de raspão no braço e Ivain foi ágil ou sortudo o bastante para apenas ouvir a bala passar zunindo pela sua orelha esquerda.
Soltou o ar preso nos pulmões: Ele havia vencido.
Estava livre para partir.
O líder virou-lhe as costas e riscou seu nome do livro de membros.
- Você deixou de existir para nós Ivain, Cavaleiro do Leão. – sentenciou o líder e ele acenou afirmativamente com a cabeça. Enquanto ele ajudava um dos meninos machucados a se levantar, olhou em volta e viu Galahad ser atendido por Boors. Tudo ficaria bem.
Caminhava devagar, pois os garotos não tinham muita força para andar e ainda estavam sob os efeitos do álcool. Não sabia quanto tempo havia passado, quando escutou passos as suas costas e se preparou para duelar com a varinha. Viu quando Galahad e Gauvain se aproximaram e o ajudaram com os garotos, sem falar nada. Caminharam silenciosos até a sua república e ele colocou os garotos lá dentro, virou-se para agradecer aos dois que ele considerava como amigos, mas eles o olharam friamente, dava para sentir o desprezo que sentiam por ele. Sentiu-se um pouco chateado, mas a sensação de liberdade logo o confortou.
Gemidos de dor o lembraram que havia muito a fazer, antes que a noite terminasse. Ouviu passos na escada e viu que teria ajuda para cuidar dos rejeitados.
- O que você fez Ivain?- perguntou um jovem.
- Não sou mais bem vindo entre eles, Kay.
- Não me chame assim, não fui digno de manter o nome de meu pai. – respondeu o jovem e após olhar para os garotos disse:
- Pelo menos eles vão ficar vivos. Devíamos ter formado nossa própria irmandade.
- Já a temos. Sempre o vi como meu irmão, Kay. – eles trocaram um sorriso e começam a fazer os curativos nos feridos. Infelizmente alguns deles, levariam as cicatrizes daquela noite pelo resto da vida.
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