Tuesday, May 29, 2012


Abril 2016

Algumas memórias de Leonora Carrara

Quando aceitei a idéia de Stefan Salvatore para fazer um concurso onde as pessoas usariam o azeite da minha fábrica, eu não pensei muito no trabalho que teria, pois o concurso se tornou um sucesso, fazendo com que a marca de azeite criada por meu avô há mais de 70 anos, voltasse a ser reconhecida como uma das melhores tanto em sabor quanto versatilidade e isso possibilitou que a fábrica voltasse a ser rentável, evitando que George Ivashkov tivesse algum motivo para vendê-la, demitindo todos os trabalhadores.  Quando a final do concurso chegou, convidei meus amigos para irem comigo para a Itália e claro, que foi uma ótima idéia, pois precisávamos de um tempo para nós, sem nossos namorados. E nos divertimos muito com os irmãos Salvatore, e por incrível que pareça Stefan, era um cara legal, quando deixava de bancar o santinho. Retornamos para a escola mais animados do que nunca e voltamos para a nossa rotina de estudar para as provas dos NIEM’S, com cada aluno do sétimo ano se descabelando para ser aprovado e ter uma carreira. Quer dizer nem todos, pois até Robbie, já sabia que queria seguir os passos da professora Yelchin, enquanto eu ainda tinha dúvidas sobre o que fazer, e muitas vezes eu me pegava com inveja ao ouvir Parvati e Lenneth, comentando sobre suas carreiras e sonhos para o futuro.
Após o sucesso do concurso continuei a sentir vontade de aprender mais sobre administração, então sempre conversava com tio Klaus, pai de Robbie, e ele me dava dicas de livros que eu poderia ler para aprender mais sobre negócios, e por isso nas reuniões de Conselho, eu não ficava mais com cara de boba quando se falava em produção industrial, marketing ou mesmo sobre o mercado de ações. Eu já sabia o básico, e a cada dia me interessava mais pelo assunto, porém não comentava nada com meus amigos, afinal não tinha mesmo certeza se isso seria o certo para mim, ainda havia muitas coisas sobre mim que eu ainda precisava saber e resolver. A principal delas: quem eram os meus pais?Só pedia aos céus que eles não estivessem presos, seria castigo demais.
Quando descobri que não era uma Ivashkov, chamei o senhor Greywolf, para fazer uma investigação detalhada sobre meu nascimento, meus possíveis pais, e porquê do hospital não descobrir a farsa de Christine. Na mesma reunião conversei com meu advogado, doutor  Jerrod, sobre as implicações disso em minha herança, pois por mais abalada que eu esteja, eu costumo ser uma pessoa prática e eu tinha que garantir que ao final daquela investigação o patrimônio de vovó não iria para as mãos de sua filha. Isso soa como vingança? Sim, é, mas eu prefiro o termo reparação de danos, é muito mais apropriado ao meu caso.

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O meu namoro com Mitchell estava cada dia melhor, e seus pais me tratavam bem. Com isso resolvido, passei a frequentar a casa de sua família, conheci seus tios e primos que moravam em Sofia, e seus pais começaram a me incluir em seus eventos em sua casa, e  sempre que possível íamos a Manhattan. Claro, que senti os joelhos bambos quando fui à primeria vez ao enorme apartamento deles, no Upper East Side, e queria muito que Robbie e Parv estivessem comigo, iriam amar, só quem já leu Gossip Girl, sabe do que falo quando digo que me senti a própria Blair Waldorf no meio de todo aquele glamour, e claro a enorme falsidade rs.
Numa destas visitas, reencontrei Camille e ela estava acompanhando Cooper, irmão de Mitchell e eu me controlei o máximo que pude, para não voar no pescoço dela, quando me olhou com aquele ar superior, mas percebi que perto de Cooper ela se controlava para não me provocar, mas como nada é perfeito, acabei encontrando-a sozinha perto do bar e ela não se conteve:
- Ainda não cansou de ser o que não é, Leonora? Sabe que isso não vai durar, eles são da nobreza e você finge ser da classe operária.- disse enquanto pegava um drink de uma bandeja apontando com o queixo para o meu namorado que conversava com o irmão.
- Antes da classe operária, do que uma sanguessuga. E você, querida, não cansa de tentar fisgar um marido? Cooper é muito inteligente, não pense que o engana, e Deus sabe o quanto ele tem se sacrificado para aguentar você pelos negócios.- respondi cínica.
- Ora sua...- ela disse irritada, mas foi cortada antes que começassemos a brigar, pela senhora Callahan, dizendo que havia adorado o meu vestido, e que devia ir com ela para conhecer alguns de seus amigos e acabei longe de minha irmã o resto da noite, o que me deixava grata.
Não ia me enganar achando que me tornaria a nora favorita de Cecily, a mãe de Mitchell, mas como entramos em trégua não verbal, nos dávamos bem, e eu até a achava divertida. Já, Angus era diferente, me tratava muito bem, e muitas vezes se mostrava protetor, volta e meia o filho precisava dizer a ele, que estava tudo bem conosco, pois ele se mostrava preocupado se me visse calada. Ele me aprova? É provável, mas não sou tola, os negócios entre a Vésper e a Galway, estão indo bem, por isso tanta preocupação.
Mais tarde, antes de dormir, comentava a noite com Mitchell, na penumbra de nosso quarto no hotel:
-... e Camille disse que vocês são da nobreza, ela é tão ridícula com a necessidade de chamar a atenção que inventa coisas.Nobreza, até parece... - ri e ele ficou calado. Levantei minha cabeça do seu ombro e o olhei:
- Desculpe, não quis zombar dizendo que sua familia não pode ser da nobreza, mas soa tão patético vindo dela...Peraí, tem alguma verdade nisso? – quis saber e ele suspirou:
- Os Callahan são um ramo da família de Robert de Bruce. Ele foi um guardião do reino, isso equivalia a ser da nobreza naquela época, mas isso não é importante hoje em dia.
- Robert de Bruce, aquele de ‘ Coração Valente’ que traiu Mel Gibson para se salvar? Ele era tão lindo..- eu disse me sentando indignada e ele sorriu:
- Robert de Bruce, aquele que ‘no filme’ achou melhor sacrificar alguns pela paz da Escócia...Ok, ele salvou sua própria pele antes. Mas Wallace foi traído por um cavaleiro, cujo nome não é citado nos livros, então não falamos muito nisso, é passado.- ficamos nos olhando e comecei a sorrir e ele ficou curioso e expliquei:
- Imaginei você com o rosto pintado de azul e usando kilts...Muito atraente.- e ele riu entrando na brincadeira. Levantou rápido e com seu peso me prendeu na cama dizendo:
- Considere-se o meu espólio de guerra, milady.

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Maio passou rápido demais o que fez com que tivessemos muitas coisas para fazer e pouco tempo para tudo: professores exigentes com as matérias, revisões insanas para os NIEM’S, o jornal, o grêmio, a comissão de formatura e para ajudar, Parvati descobriu que os Karev não são sua família biológica, que sempre teve sangue imortal, e que foi trocada na maternidade. Era muita coisa para digerir e isso  nos deixou apavorados com a idéia de que ela pirasse novamente e tivesse que usar a camisa branca de lacinhos cafona.*eca*
Acho que troca de bebês na maternidade deve ter sido moda nos anos 90, então Robbie como era paranóico começou a achar que tivesse sido trocado também, tivemos que lembra-lo de que aquele cabelo lindo e o rosto perfeito, não tinha como ser fabricado, é genético e foi herdado de tio Klaus, então ele se acalmou. Este drama todo me distraiu por tempo suficiente  para que não pensar na demora do meu detetive em descobrir o meu passado.Perto do fim de semana, recebi uma mensagem do detetive, pedindo para encontra-lo e que era importante ir sozinha. Como Mitchell teria que ir para Sofia, após o almoço na sexta para treinos com o time,  eu disse que ficaria na escola porque ainda tinha lições para terminar. Ele me olhou sério por alguns segundos e eu o encarei de volta firme. Acho que ele sabia que eu estava mentindo, mas não me pressionou.
Cheguei ao Raimbow Room, perto da hora do jantar e ele já me aguardava.Estava mais sério do que o normal, mas sorriu assim que me viu:
- Senhorita Carrara, boa noite, desculpe entrar em contto assim de forma tão abrupta, mas achei que iria gostar das novidades. O de sempre?- assenti e ele pediu ao garçom uma água de gilly para mim.
-Espero que as notícias sejam boas, senhor Greywolf, tive uma semana complicada.  – me sentei e ele logo me entregou uma pasta azul. Abri e quando li o seu conteúdo, não me contive:
- Impressionante. Confesso que não achei que fosse possível...
-Agora é tudo seu, basta tomar posse. Costumo cumprir minhas missões. - ele disse e nesta hora, o encarei, e percebi que ele tinha uma marca arroxeada no lado direito do rosto. Ele percebeu e ficou sério, limpou a garganta e disse:
- Algumas vezes, meu trabalho pode ficar um pouco violento. Descobri tudo o que você queria saber sobre o seu nascimento. – abri minha boca, mas me calei quando ele continuou:
- Investiguei o hospital, e consegui os nomes das mulheres que naquele dia tiveram bebês do sexo feminino. Foram cinco mulheres e eu investiguei cada uma delas. Duas delas se mudaram, uma para Lovech e outra para Vratsa, e suas filhas têm características da família, consegui cópias de suas fichas escolares. – abri a pasta e pude ver as duas garotas morenas e também cópias dos documentos dos pais delas.- separei as folhas e olhei a próxima:
- Esta jovem foi gerada por inseminação artificial e vive em Sofia, com os tios, os pais morreram, há três anos em um acidente de avião, o pai era diplomata. Eu a investiguei e ela é  quem diz ser.- peguei a ficha e vi a garota ruiva, muito parecida com o pai. - ele deu uma pausa e eu quis saber:
- Então só restam mi...Christine e a outra mulher. Você sabe quem ela é?
- Sim, eu a investiguei. Seu nome é Mariska Dobrev, mãe solteira, teve uma única filha que morreu horas depois de nascida. O pai é desconhecido, unca se casou. Tornou-se empresária, alguns meses após a morte da filha, pois recebeu uma herança.Vocês duas possuem o mesmo tipo sanguíneo: O negativo. - e ele parou de falar, parecia tenso.- olhei para ele que continuou:
- Você a conhece.
- Ah é? Quem? AIMEUPAI, minha mãe é tia Karen?? Diga que sim! - disse toda esganiçada com os olhos brilhando e ele se espantou com o meu delírio, mas se recuperou.
- Não, o nome dela não é Karen, sua mãe biológica é a dona da Luxury.
- O clube de strip tease? Você se enganou, Greywolf, a dona da Luxury, chama-se Sasha, e eu a conheço. E ela não pode ser a minha mãe, aliás não a vejo como mãe de ninguém, é tão jovem. – comecei a sorrir mas parei quando ele me olhou e disse baixo:
- Senhorita Carrara...Sasha, é o nome artístico de Mariska Dobrev.