“Anyone can
achieve their fullest potential. Who we are might be predetermined, but the
path we follow is always of our own choosing. We should never allow our fears
or the expectations of others to set the frontiers of our destiny. Your destiny
can’t be changed, but it can be challenged. Every man is born as many men and
dies as a single one.”
NCIS - 7.07 End Game
Eu me lembro com clareza da formatura do meu irmão, em junho
de 2016. Lembro-me muito bem que era uma rara noite de leve calor em
Durmstrang, pois havia adquirido há pouco tempo a habilidade de ver todo o
futuro das pessoas apenas ao tocá-las e precisava constantemente usar luvas.
Aquela noite, porém, o tempo me obrigou a deixá-las no dormitório. E é por isso
que me lembro tão claramente de tudo.
A festa começou assim que anoiteceu. Tendo como inspiração a
década de 40, os formandos estavam todos vestidos com roupas da época e alguns
alunos de outros anos também aderiram à moda. Eu entre eles, com um terno de
risca de giz que me deixou com ares de mafioso, algo que Lawfer passou a noite
inteira repetindo.
A decoração dos jardins estava particularmente nostálgica. O
tema do baile era memórias e todo o caminho até o salão estava decorado com
fotografias ampliadas dos formandos em seus sete anos em Durmstrang. Fotos
deles sozinhos, fotos em grupos e também muitas fotos deles com amigos ou
parentes de outros anos. Lawfer encontrou uma foto dele com Lucian e ao lado
dela havia uma de Parvati abraçada a uma Alexis completamente pintada. Era do
dia em que ela se tornou membro da Atena.
Enquanto Lawfer se divertia procurando fotos do irmão,
observei Ozzy e os amigos olhando suas fotos. Como esperado, sempre que
passavam em frente às fotos que tinham Jack demoravam um pouco mais e não
conseguiam evitar o olhar saudoso. Era bom saber que ele não havia sido
esquecido na homenagem aos formandos.
A festa foi bem bacana. A banca tocava apenas músicas da
época, mas foi muito divertido mesmo mamãe tendo me feito dançar com ela
inúmeras vezes. Já passava da meia noite quando me rendi ao cansaço e como
Lawfer e eu íamos embora com nossos pais naquela noite mesmo, comecei a
procurar meu irmão e seus amigos para parabenizá-los pela formatura e me
despedir. E foi quando o que de fato tornou aquele baile memorável aconteceu. À
medida que ia cumprimentando um por um, via flashes do que o futuro reservava
para cada um deles.
Oleg deixou a Bulgária no final de agosto. Quando ele
apertou minha mão entusiasmado e me puxou para um abraço, tive a primeira visão
da noite, de sua formatura na academia do FBI. Na cena seguinte ele corria
pelas ruas de Nova York na companhia de uma morena, o distintivo de detetives
da NYPD balançando no pescoço de ambos. Depois ele estava no Egito, em frente
às pirâmides de Gizé. Estava mais velho, outra aparência, com barba e cabelos
longos. Conversava com um homem, parecia intimidá-lo, a arma presa em sua
cintura à mostra. Depois o vi em um bar sujo, ainda no Egito. Era a mesma época
da visão anterior, sua aparência era a mesma, mas dessa vez ele conversava com
a mulher estava com ele em
Nova York. Ela falava e ele ouvia atentamente, parecendo
animado. Na última visão que tive, ele estava saindo de um taxi com uma mochila
de viagens nas costas, de frente para o Big Ben. Oleg se mudou para Londres para se juntar a uma equipe de profilers da
Scotland Yard e nunca mais retornou à Bulgária, exceto para passar as festas de
fim de ano com a família.
Alec continuou na Bulgária. Assim que deixou a escola, conseguiu
um emprego no Profeta Diário e foi aceito na Universidade de Sofia no curso de
jornalismo. A primeira coisa que vi foi sua formatura na Universidade. Depois a
visão mudou bruscamente e vi Alec recém-formado em Nova York , sendo
recebido pelo irmão do aeroporto. Depois, ainda na cidade, o vi entrando no
edifício do New York Times. A visão mudou outra vez e agora vi um Alec mais
velho, na casa dos 30 anos, em uma zona de guerra. Carregava um gravador na mão
e falava rápido nele, agachado para se proteger das bombas e tiros que cercavam
o local. Minha última visão foi do mesmo Alec de 30 e poucos anos, agora limpo
e de terno, recebendo o Pulitzer em uma cerimônia cheia de pompa. Oleg estava
na primeira fileira, aplaudindo o irmão de pé. Alec continua morando em
Nova York e embora ainda trabalhe para o New York Times,
também é um Best-seller de livros de romance e usa o codinome Victoria St.
Clair. Seu caminho cruzou com o de Robbie alguma outras vezes, mas eles nunca
mais passaram de amigos.
Finn se mudou para a Itália logo depois da formatura, para
ocupar a vaga de goleiro no time de Hóquei Bozzano. A primeira coisa que vi foi
ele cercado de garotas, no auge da fama. A cena mudou e ele estava sendo
transferido para o Montreal Canadians. Tive outro flash e vi Finn vencendo o
campeonato da NHL e recebendo o troféu Memorial Hart, prêmio dado ao MVP da
temporada, e o time recebendo a Copa Stanley. Num futuro mais à frente, o vi
mais velho sendo amparado por sua esposa enquanto recebia emocionado das mãos de
seu filho, que era sua cópia aos 20 anos, o troféu King Clancy por sua
liderança e contribuição em causas humanitárias.
Lucian conseguiu um emprego no Profeta Diário para escrever
para a seção cultural e internacional e começou assim que o verão terminou.
Assim como Alec, ele também estudou jornalismo na Universidade de Sofia. Mas a
primeira visão de Lucian que tive já não era mais no jornal. Ele estava de
volta a Durmstrang, ministrando as aulas de Literatura Mágica e parecia ser o
professore favorito dos alunos. A próxima visão tinha Lucian em uma livraria,
cercado de fotógrafos e uma multidão com um livro na mão, esperando por seu
autógrafo. E como era impossível ver o futuro de Lucian sem ver o da Lenneth, a
última visão dele que tive foi do casamento dos dois, anos depois. Lucian se tornou um escritor de muito
sucesso, realizando seu sonho de escrever livros de fantasia. A série lançada
por ele ficou mundialmente conhecida, tanto no mundo bruxo quanto no trouxa.
Lenneth só se formaria no ano seguinte. Em seu último ano
ela disputou o Torneio Tribruxo em Hogwarts, um lugar que a marcou, pois lá lutou para
defender amigos em um ataque. E lá também nasceriam as sementes de uma banda,
onde ela e um amigo seriam os fundadores, que viria a fazer muito sucesso entre
os trouxas, misturando músicas pesadas e lentas, mas sempre dentro do gênero de
metal e melódico com a bela voz lírica de Lenneth. Em minha primeira visão ela estava no primeiro grande show
de sua banda. Cantava uma música muito bonita e usava um corpete negro. Na
próxima visão a banda recebia um prêmio por um de seus álbuns. Na cena
seguinte, Lenneth cantava ao lado de seu ídolo, a cantora Tarja, em um dueto
diante de uma multidão em um festival de música. A última visão que tive foi de
Lenneth descobrindo que estava grávida no meio de um show. A primeira filha deles nasceu oito anos depois que Lenneth se formou. O
maior sucesso da banda até hoje é a música “Flight of the Valkyrie”, que foi sua
primeira composição, em homenagem a uma de suas melhores amigas.
Julie também ficou na Bulgária depois da formatura. Seu tio
conseguiu uma vaga no estágio do St. Alborghetti para ela assim que deixou a
escola. Um ano depois, foi aceita para curso de medicina da Universidade de
Sofia e passou a conciliar as duas coisas. Minha primeira visão foi de uma
Julie mais velha, já médica formada, atendendo uma paciente na emergência do
hospital. A visão mudou e vi a mesma paciente, agora recuperada, tomando café
com Julie em um bistrô de Sofia. Minha última visão foi das duas andando na rua
de mãos dadas com uma menina de no máximo 5 anos saltitando na calçada e
fazendo as duas rirem. Julie nunca deixou
Sofia. A menina que elas adotaram
ainda bebê foi batizada de Jaqueline, mas Julie sempre a chamaria de Jackie.
Leo formou-se com louvor em Adminsitração na Universidade de
Sofia e além de trabalhar nas empresas que herdou da avó, criou uma fundação
que pesquisa problemas de coração e dá suporte a transplantados. Meu primeiro
flash foi dois anos depois da formatura, em seu casamento com Mitchell, que já
era capitão do time de quadribol dos Abutres de Vratsa. A visão mudou e vi
Mitchell recebendo o bastão de ouro como melhor jogador do campeonato. Logo em
seguida vi Leo descobrindo que estava grávida de duas meninas. A última visão foi dos dois bem mais velhos
sentados num jardim rodeados de netos. Leo
sempre foi uma ativa colaboradora de uma ONG que realiza sonhos de pacientes
terminais junto com Finn e Mitchell. Suas filhas foram batizadas de Cher e
Madonna. Cinco anos depois tiveram dois meninos chamados Jagger e Lennon.
Robbie foi aceito em Juilliard com o vídeo que seu pai
enviou de seu solo no piano. Partiu para Nova York ainda em agosto, acompanhado
de Leo, Parvati e Ozzy, deixando Alec para trás. O namoro terminou logo no
inicio do verão. A primeira imagem que vi foi de Robbie sozinho no palco de um
teatro, tarde da noite, praticando no piano. Parecia esgotado, mas continuava
tocando. Na visão seguinte, um Robbie mais velho se apresentava para uma
platéia lotada no Carnegie Hall, que contava com Parvati e Leo na primeira
fila, e era aplaudido de pé. A visão mudou de uma forma brusca. O cenário era o
mais diferente possível de um palco. Robbie estava em um hospital e Julie o
atendia. Tinha a mão esquerda enfaixada e chorava enquanto ouvia o que a amiga
dizia. A visão mudou e Robbie estava sozinho em casa, deprimido, olhando seu
piano. Depois de um longo período de
depressão, onde Parvati e Leonora não saíram de seu lado, Robbie descobriu que
podia reger uma orquestra tão bem quando tocar em uma. Ele hoje é compositor e
um dos mais respeitados maestros do mundo.
Parvati foi para a França no final do verão para estudar na
Academia de Aurores de Paris. Minha primeira visão foi dela em um terraço com a
Torre Eiffel ao fundo levando uma surra em um treino de artes marciais. Ela
tinha hematomas por todo o corpo, mas não desistia. Quando a visão mudou, ela
estava parada em um beco e apontava uma arma para um homem que também tinha uma
em punho. A expressão no rosto dela era bem diferente da que me lembrava,
parecia perigosa. Sua arma disparou e o beco desapareceu. Estava vendo agora
uma Parvati mais velha. O cenário era o carnaval de Veneza. Ela observava a
multidão atentamente e vi Ozzy se aproximar. Também estava mais velho e tinha
um semblante sério, mas sorriu ao vê-la. A última imagem que vi foi dos
abraçados em um parque vendo um menino de 4 anos brincando no escorregador. Alex nasceu três anos depois que os dois se
reencontraram. Parvati deixou a CIA para cuidar em tempo integral do filho e só
retornou onze anos depois, quando ele foi para a escola.
Ozzy não deixou a Bulgária de imediato. Manteve a vaga que
conquistou na Academia de Aurores e como haviam combinado, no final de agosto o
namoro com Parvati terminou. Cada um tinha um caminho a seguir. Minha primeira
visão foi de sua formatura na Academia. Ele conversava em particular com um
homem de terno preto e a conversa terminou com ambos apertando as mãos selando
um acordo. A visão mudou e vi meu irmão em Berlim, de terno preto, perseguindo
a pé um homem que fugia de carro. Ele saltou de uma ponte e caiu em cima do
carro do homem, arrancou-o de dentro dele, lhe nocauteando e atirando dentro do
carro outra vez, assumindo o volante. No flash seguinte ele já estava mais
velho, quase 30 anos, e parecia muito sério e importante, com o mesmo terno
preto, enquanto escoltava um prisioneiro. A visão mudou e Ozzy estava em uma
rua de Paris com um pedaço de papel na mão, diante de um prédio. Uma senhora de
idade o recebeu e o convidou para entrar com um sorriso simpático no rosto A
visão seguinte tinha Ozzy vasculhando as ruas de Veneza e encontrando uma
Parvati surpresa em um café. A senhora que
o recebeu era a avó de Parvati, com quem ela morou quando estava em Paris. Eles
se casaram um ano depois e nunca mais se separaram.
Quanto a mim? Bem, eu me formei em Durmstrang dois anos
depois, entrei para a faculdade de arquitetura na Universidade de Sofia e
depois fui trabalhar para uma empresa na própria cidade. Casei com a mulher da
minha vida 15 anos depois que decidi parar de envelhecer, quando cheguei aos 30
anos. Estava na mesma feira onde ia encontrar Alexis no dia do acidente quando
uma mulher de 20 e poucos anos me abordou, dizendo ter a impressão de me
conhecer de algum lugar. Quando ela estendeu a mão se apresentando e a toquei,
um turbilhão de imagens invadiu minha mente. Não eram flashes do futuro, mas do
passado. Vi todos os momentos importantes que vivi com Alexis de uma só vez e
soube naquele instante que era ela. “Eu encontro você na feira” foi a última
coisa que ela me disse ao telefone antes do acidente.
Esperei 30 anos, mas ela finalmente me encontrou.
'Cause you talk to me and it comes off the wall
You talk to me and it goes over my head
You talk to me and it goes over my head
'Cause it's you
It's always you
I, I always knew
Oh, it's you
It's always you
I, I always knew
Oh, it's you
The Vaccines – I Always
Knew
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