Tuesday, January 15, 2008

Era um início de noite como outra qualquer no povoado onde ficavam as repúblicas de Durmstrang. Na Spartacus, Reno combinava vários ingredientes para suas experiências alquímicas, enquanto Bram tirava um cochilo. Reno saiu rapidamente após guardar seus materiais para a reunião do Clube de Alquimia Avançada, que ele presidia. No caminho encontrou com Ty, que ia para uma de suas atividades noturnas.
- Ah oi, Ty. Como foi de ano novo? – Reno perguntou quando um alcançou o outro, meio desligado enquanto mexia em uma proveta.
- Foi demais. E almocei na casa dos Chronos no Natal, fui visitar o Seth, o Griffon e a Ártemis, minha afilhada, revi minha irmã e meus primos, aproveitei muito a festa de casamento de minha mãe, enfim tudo ótimo.
- Se tivesse me avisado, eu teria preparado algo para o Seth... Ando melhorando no preparo de venenos.
- Por que tanta rivalidade com o Seth? E caso não lembre, ele é meio-vampiro, um veneno não iria matá-lo. Talvez até o deixasse mais forte rsrs.
- Então eu conjuro algo para dar cabo daquele idiota depois. ¬¬
- Por falar em vampiros... O início do ano foi agitado para eles. Um vampiro, Hellion, que odeia os Chronos, tentou atacar minha irmã.
- Ah, a professora de Beauxbatons? O Griffon tem uma queda por ela.
- Sim, ela é professora em Beauxbatons, e como sabe que o Griffon tem uma queda por ela? Ele falou alguma coisa?
- Nem precisava. Eu vi a baba escorrendo da boca dele durante os jogos naquela escola. E como descobriu sobre o ataque aos Chronos? Minha mãe também foi avisada sobre isso.
- Sou amigo deles não? E eles avisaram a todos ligados à família. Hellion não tem escrúpulos, ele atacou inocentes várias vezes e fará de novo, então fui avisado.
- Por isso quer minha companhia é? Para te proteger? – Reno falou enquanto ria com sarcasmo.
- Ah, claro, como se eu precisasse da ajuda e sua proteção Kollontai.
- Claro que precisa. Um bebê como você ainda não sabe se cuidar, McGregor.
- Sei me cuidar melhor do que você...
Ficaram se provocando e rindo, quando Ty parou no meio da fala, com os olhos atentos. Por um momento ele pensou ter visto o mesmo brilho de alerta nos olhos de Kollontai, como se ele também percebesse algo. O treinamento que Ty recebera de seu Tio Alucard dizia que havia algo muito errado no ar. Como se uma nuvem negra e venenosa tocasse o chão.
Com espanto eles notaram que tudo estava negro ao redor deles, que sem notar haviam se afastado demais e saído do povoado. A escuridão parecia se intensificar ao redor deles, e quase podiam ouvir uma gargalhada. Ty sacou a varinha rapidamente, se pondo em posição de combate, os olhos varrendo a escuridão. Reno sacou a varinha também, ao mesmo tempo em que abria uma de suas provetas e despejava um líquido branco em suas mãos. Rapidamente ele também despejou o líquido nas mãos de Ty, que ficou sem entender, até o momento em que o líquido começou a brilhar, tornando-se uma fonte de luz. Reno esticou uma mão à frente, girando e apontando-a em diversas direções. Em uma das direções, a luz que saia da mão dele se tornou vermelha, e com um movimento rápido ele jogou uma pequena bola de vidro naquela direção. Ao quebrar a bola de vidro liberou um gás vermelho, e puderam ouvir um guincho quando uma figura humana surgiu diante deles. Seus olhos estavam vermelhos, e os caninos protuberantes a mostra. Ele urrava de raiva com a fumaça que o revelara e encarou os dois garotos:
- Então você estava se escondendo aí. – Reno falou sério, com a varinha apontada para o peito do vampiro.
- Não posso acreditar na minha sorte! Vim caçar apenas o jovem McGregor amigo daquela família nojenta e achei outra presa suculenta: Um Kollontai. – os olhos do vampiro piscaram de prazer enquanto ele sorria malignamente.
- Você só pode ser Hellion. O que quer de nós, seu verme? – Ty encarou-o sério, pronto para um ataque iminente. Sempre ouvira falar do vampiro que transformara seu Tio Alucard, e pela primeira vez estava diante dele.
- Como eu falei, McGregor. Sua família é uma grande amiga dos Chronos, então se não posso atacá-los, ataco aqueles próximos a eles. (e virou-se para Reno):
- Sua família também é próxima dos Chronos, Kollontai, eu pesquisei tudo sobre o passado de vocês. Não esperava encontra-lo tão cedo.
- Tenho certeza que não pesquisou nem metade, vampiro. – Reno falou com um olhar que misturou desprezo e raiva. Ty notou alguma coisa escondida no ar naquela conversa.
- Será, Kollontai? Sabe o que é melhor de atacar vocês aqui? Ninguém virá ajudar vocês! Não há amiguinhos, ou parentes. Por falar nisso, McGregor. Seu pai me deu muito trabalho antigamente, se não fosse por ele eu teria eliminado a família Chronos antes. Queria muito ter estado no ataque que o matou... Adoraria sugar o seu sangue antes dele morrer, quem sabe ele não imploraria para que eu o transformasse? Eu teria o poder de mantê-lo vivo.
Hellion soltou um sorriso maligno, tentando provocar Ty. Mas Ty havia sido avisado disso e se manteve calmo, ganhando tempo para Reno, que sem que Hellion notasse, fazia círculos no ar sutilmente com a varinha. Reno finalmente gritou uma palavra que Ty não reconheceu e atirou um frasco no ar onde ele estivera fazendo os círculos. O frasco ficou suspenso no ar alguns instantes antes de explodir em desenas de cacos, jogando um líquido vermelho no ar. Ty por instinto sabia o que fazer e com um floreio lateral da varinha, empurrou líquido magicamente para Hellion. O líquido o atingiu no rosto, e Reno acertou um soco no chão, segurando um frasco com o mesmo líquido. No mesmo momento o líquido no rosto de Hellion tomou vida própria e entrou pela boca do vampiro quando ele saltava sobre os garotos. Ty conjurou um patrono que atacou Hellion, enquanto lançava outros feitiços que aprendera em seus treinamentos, todos inspirados no fogo. Hellion uivava de dor, mas por algum motivo não conseguia se mover.
Ty e Reno tomaram posição para lançar um feitiço incendiário juntos aproveitando que Hellion estava paralisado. Porém algo os interrompeu quando uma pedra foi jogada contra eles, e foram obrigados a saltar. Quando se levantaram em prontidão, Hellion conseguira escapar e a ilusão desapareceu, e eles notaram que estavam próximos dos limites do povoado.
- Que droga! Onde é que ele foi?! – Reno xingou enquanto olhava em volta.
- Ele conseguiu fugir! E alguém o ajudou, mas quem?!
- Não sei, mas é melhor sairmos daqui antes que ele apareça de novo!
- Concordo, vamos rápido para a escola, aí você pode procurar sua mãe, ela precisa saber do atentado.
- Tudo bem. Eu nunca tinha ouvido falar dele, apenas minha mãe sabia dele e tinha me alertado apenas para ser cauteloso, dizendo que havia um vampiro a solta e que podíamos estar em perigo. Por isso preparei algumas coisas.
- O que você fez?
- Sangue. Usei meu próprio sangue e o transmutei em sangue de morto. Dizem que pode paralisar um vampiro. A nuvem que usei para achá-lo era também de sangue de morto, mas em forma gasosa. E você? Como sabe tantos feitiços?
- Recebi treinamento de auror do Tio Alucard, o pai dos gêmeos. Ele me ensinou dezenas de feitiços contra as Artes das Trevas.
- Que bom, isso ajudou muito, porque eu não saberia o que usar contra ele! Então copiei o feitiço que você estava usando.
- Eu preciso avisar aos Chronos e a minha mãe. Nunca imaginei que ele poderia me atacar e aqui, então outras pessoas podem estar em perigo! Meus amigos também!- disse preocupado:
- Ele me pareceu desesperado...
- É, percebi isso, mais um motivo para redobrarmos nossos esforços... Aliás, quero que me ensine este negócio aí do sangue. Precisaremos de proteção extra, já que ele pelo jeito não está sozinho.
- Isso é Alquimia Avançada, é demais para você, que nem consegue fazer o básico. – disse Reno presunçoso.
- Tá que não sou genial como você (disse fazendo uma reverência zombeteira), e eu não quero meus amigos sendo usados como isca. Preciso fazer alguma coisa.
Reno começou a pensar e após algum tempo disse:
- Está certo, ensino a você, mas aviso que não tenho a paciência da Annia.
- Certo, vou me esforçar. Mas vamos procurar sua mãe, agora você se tornou um alvo dele, apenas por estar comigo.
- Não, não foi por isso. Em alguma hora ele viria atrás de mim, ele mesmo disse isso.
- Por quê?
- Assuntos de família. - e foram para o castelo, cada um perdido em seus próprios pensamentos.