Tuesday, February 24, 2009

A Segunda Tarefa

22 de Fevereiro de 2000

- Que foi?! – Eu falei rabugento, jogando um travesseiro em Bram. – Me deixa dormir!
- Uau, você acordando mais tarde que eu? – Ele falou surpreso, recebendo outro travesseiro.
- Se não parar de me encher, eu juro que te transformo em um rato bem gordo e dou de comer para algum gato. – Falei com raiva, mudando de posição. As cortinas foram abertas e o sol iluminou o quarto, me fazendo bufar de raiva.
- Vamos logo, dorminhoco! Ta na hora de acordar. – Outra voz falou, pulando na cama em cima de mim, me fazendo acordar.
- O que você ta fazendo aqui, Julianne?! – Eu falei, pulando assustado e sentando-me na cama.
- Viemos te acordar, o que mais podia ser?! Já é quase hora do almoço e você ainda está dormindo! – Dessa vez foi Annia que falou, jogando um travesseiro em cheio no meu rosto.
- Poupe-me! Hoje é sábado e dentro de dois dias estou competindo, deixem-me dormir! – Falei, tentando voltar pra cama, porém Julianne me abraçou e me fez ficar sentado.
- Você ta um caco, hein, Reno. – Victor lançou um travesseiro em mim, enquanto Chris e Wes riam.
- Que isso?! Meu quarto virou festa?! Me deixem dormir! – Falei jogando mais travesseiros neles, mas já estava totalmente acordado e fizemos uma pequena guerra de travesseiros. Depois que eu estava definitivamente acordado, saímos todos juntos para almoçar, para durante a tarde eu continuar com mais alguns treinos, apesar que não havia muito mais que eu pudesse fazer. Estava confiante!
O dia 24 de Fevereiro estava chegando, e com ele meu humor começava a cair vertiginosamente. A Segunda Tarefa era extremamente importante para mim, uma vez que minha Primeira tarefa foi um fiasco! Eu não aceitaria uma derrota nessa tarefa e faria tudo para conseguir a vitória, pois só assim eu poderia me considerar ainda na reta de competição. Em dois dias eu estaria entrando no lago para competir pela minha posição no torneio. Por isso, todos os dias eu nadava por pelo menos 2 horas, explorando o máximo do lago que eu conseguisse, e sabia que eu tinha uma vantagem em relação à Gina e ao Gabriel, pois estava acostumado ao frio, enquanto eles não. Essa tarefa parecia tudo que eu precisava para ganhar, e não a desperdiçaria de nenhum modo!
No último mês, seguindo os conselhos de mamãe, comecei a treinar ainda mais alquimia avançada, uma vez que debaixo d’água, magia seria provavelmente inútil, pois não conseguiria falar os feitiços com perfeição, e não tinha tempo para treinar executar feitiços sem um encantamento. Por isso eu passava a maior parte da tarde ou da noite com a Annia, que me ajudava a encontrar uma forma de ganhar vantagem na água. Nós dois conseguimos transmutar algumas coisas que poderiam me ajudar, e conseguimos desenvolver diversos círculos de transmutação que não se dissolviam em água, além de uma forma de eu respirar debaixo d’água. Quase beijei a Annia quando ela me mostrou o que tinha conseguido!
É claro que Julianne, July como eu a chamava às vezes, não gostava muito disso, porém ela não mostrava ciúmes, sabendo que Annia era como minha irmã apenas. Ela até brincava que durante a noite ela deixava eu ter minha amante, a alquimia. Nosso relacionamento estava caminhando bem, pois ela sabia como lidar com meu jeito e uma vez quando discutimos, terminamos de brigar rindo e tacando coisas um no outro. Nós passamos nosso primeiro Dia dos Namorados juntos passeando por Paris, que ela fez questão de me levar para conhecer e passamos um longo dia andando pela cidade e conhecendo seus pontos turísticos, e tenho que admitir Paris é uma bela cidade, com lugares muito bonitos. Eu prometi que a levaria para conhecer os melhores lugares da Bulgária e da Alemanha.
Em relação aos vampiros, eu continuava com um alvo nas costas, mas sabia que eles não me machucariam, pois me queriam vivo para obter outra Pedra Filosofal, para o que eu não sei. Vampiros são imortais por natureza, porque eles precisariam da Pedra? Riquezas? Eles não precisam disso...Passei algumas noites pensando nisso, mas não consegui descobrir um motivo e preferi me concentrar em outras coisas. Os Chronos mantinham uma vigilância pesada em Durmstrang, ainda sob o comando de Isaac e dos gêmeos, porém, Seth agora tinha uma nova ligação com os vampiros e ele sabia que eles não atacariam tão cedo.

24 de Fevereiro, Manhã da Segunda Tarefa.

Eram 8 da manhã e eu já estava totalmente acordado, com meu short de natação, meu estojo preparado e minha varinha pronta. Eu sei que não poderia levar muita coisa para debaixo d’água, mas o estojo continha apenas as coisas que eu precisaria e o largaria assim que entrasse no lago. A competição só começaria as 9 da manhã, mas eu queria estar acordado bem cedo, e as 8 eu já tomava café e apenas aguardava o horário para ir para o lago. Todos os alunos da escola me desejavam boa sorte e me davam tapinhas no ombro, outros, esses eu marquei para me vingar depois, falavam para eu não ficar com medo de algum Grindylow.
Gina chegou cedo para tomar café também, acompanhada por vários amigos e alunos de Hogwarts, que pareciam confiantes, mas o mesmo não podia dizer dela. Ela sentou-se do meu lado e me deu um sorriso fraco, eu sorri de volta desejando-lhe boa sorte. Nós fomos juntos para o lago, acompanhados de nossos amigos, e July andava de mãos dadas comigo, enquanto do outro lado Annia segurava minha mão também, desejando-me sorte, quando nos separamos perto do lago.
Eu rapidamente tirei a camisa, ficando apenas de short, já me alongando e me preparando, enquanto Gina sentou em um banco próximo ao lago totalmente agasalhada, encarando-o como se fosse um monstro preste a devorá-la. Só faltava o Gabriel, e eu já começava a ficar preocupado quando ele finalmente apareceu, aproximando-se de mim e de Gina. A multidão nas arquibancadas gritava torcendo por seus campeões. Nós três nos cumprimentamos e desejamos sorte, quando Fedorovich nos chamou e após conferir alguns papeis aumentou sua voz magicamente:
- Para completar a segunda tarefa, nossos campeões dependerão não só de suas habilidades em feitiços de defesa, como também de uma boa memória. Irei contar uma história a eles e, uma vez dentro do lago, deverão procurar os sereianos guardiões dos 14 pedestais. Em cada pedestal haverá uma pergunta sobre a história. Acertem a pergunta e receberão uma bandeira, podendo seguir para o próximo. Errem, e receberão um bastão. Para completar o ciclo de perguntas é preciso ter 7 bandeiras na mão. Ao entregarem as 7 bandeiras ao sereiano responsável, enfrentarão um último desafio indicado por ele – ele parou de encarar o público e nos encarou sério - Nesse desafio, vocês irão se deparar com uma escolha difícil. Não há certo ou errado, apenas sua própria consciência. Ao passarem por ele, retornem a superfície para encerrar a prova. Vocês terão uma hora para completar tudo.
Ele pigarreou e começou a contar a história da vida de Gellert Grindelwald, e eu não pude segurar um sorriso. A Segunda Tarefa seria realmente minha! A história de Grindelwald muitas vezes se misturava a de Durmstrang e todo aluno dessa escola conhecia-a completamente, e isso era uma imensa vantagem para mim. Após terminar a história, Ivanovich levantou-se das mesas dos jurados, indicando que nos preparássemos. Eu ajeitei meu estojo de alquimia, enquanto nos aproximávamos da água. Ivanovich ergueu a mão acima da cabeça e concentrei-me nele, em seguida ouvimos um apito alto, enquanto o Diretor abaixava a mão rapidamente. Era o sinal.
Eu mergulhei de cabeça no lago, já abrindo o estojo de alquimia enquanto nadava. Vi que os outros campeões perderam preciosos segundos tirando casacos, enquanto eu pegava um papel com círculo de transmutação e tocava a varinha nele. A água ao redor dele começou a brilhar e flutuou até minha boca, nariz e olhos, criando uma fina película de água prateada em meu rosto, isso me permitia respirar normalmente, pois transmutava água em ar. Depois apontei a varinha para os pés e prendi dois outros círculos neles, diminuindo o atrito com a água. Soltei o estojo e deixei ele flutuar para a superfície enquanto começava a nadar velozmente para o fundo do lago.
Mal atingi o fundo e vi um dos pilares, nadando rapidamente para ele. O sereiano que o guardava olhou para mim e entregou uma placa, que continua a pergunta:
- Em que ano Gellert Grindelwald nasceu? – Eu apontei a resposta rapidamente, 1883, e o sereiano me entregou uma bandeira vermelha, que prendi ao short, voltando a nadar rapidamente.
Eu nadava próximo ao fundo do lago, guiando-me para outros pedestais e fui atacado por alguns Grindylows, repelidos facilmente por um impedimenta, pois minha transmutação me permitia falar perfeitamente, espantando-os. Em pouco tempo eu já tinha conseguido mais três bandeiras, sem errar nenhuma vez, quando avistei o quinto, nadando rapidamente para lá, recebendo outra placa do sereiano.
- Qual o símbolo de Gellert Grindelwald? – Eu indiquei o triângulo com um círculo e um traço em seu interior e o sereiano me deu outra bandeira.
Eu nadei para outro pedestal e recebi nova pergunta, acertando novamente. Eu notei que em todos pedestais que passei, sempre havia uma pergunta, isso indicava que eu estava na frente dos outros. Só faltava mais um pedestal e eu nadei rapidamente para ele, ignorando alguns dilátex vorazes, jogando um pedaço de carne que tirei do bolso como iscas para eles. O sereiano me deu a última placa e eu li rapidamente
- Qual o ano em que Gellert Grindelwald entrou para Durmstrang? – Eu sorri e respondi aliviado o ano de 1894, ganhando a última bandeira, assim como a indicação da última parte da tarefa.
Nadei com todas minhas forças na direção indicada pelo sereiano e cheguei a uma imensa estrutura feita de pedras e algas, com um sereiano na entrada. Eu sorri para ele, ganhando o que parecia um sorriso e entreguei as sete bandeiras, notando que não havia mais nenhuma outra. Ele me entregou uma placa em troca:
“Existem dois caminhos para se chegar ao fim desta tarefa. No mais longo você enfrentará criaturas aquáticas e no fim encontrará aquele que é o seu maior desafeto, mas que aguarda o seu resgate. No mais curto existem poucas criaturas, mas você poderá encontrar a pista que o levará a Taça Tribruxo. Suas escolhas mostram quem você é. Não há certo ou errado, apenas sua própria consciência”.
Eu devolvi a placa e olhei para as duas entradas. Podia pensar em vários que poderiam estar no fundo do labirinto longo, que não mereciam minha ajuda, e comecei a rumar para o caminho mais curto, porém parei embaixo de sua entrada e algo me dizia que quem estaria do outro lado era o Seth. Isso me fez pensar, pois estávamos nos dando melhor agora, fora que ele arriscara a vida para defender a escola. E principalmente, eu sabia que isso poderia me ajudar de alguma forma. Eu me decidi e nadei para o caminho mais longo, entrando sem olhar para trás.
Eu segui o caminho facilmente, sem encontrar quase nenhum inimigo, apenas um guidão sozinho que ficou com medo de mim e fugiu. Quando cheguei ao final do trajeto, eu tive um ataque de risos e fiquei alguns segundos encarando Seth. Pois ele estava preso a um poste de madeira, porém estava acordado me olhando nos olhos com uma cara de quem queria me matar.
- Dá pra vir logo?! To cansado de ficar aqui embaixo. – Ouvi sua voz em minha mente, junto de um brilho feroz em seus olhos. Eu nadei até ele rindo e cortei suas cordas, puxando-o para cima. Assim que ele se soltou, um sereiano surgiu e me entregou um objeto de plástico que continha um papel dentro, me deixando sem entender, porém decidi ir logo. Seth nadou sem ajuda e nadamos até a superfície rapidamente.
Assim que coloquei a cabeça para fora da água, ouvi a multidão gritar, enquanto eu e Seth nadávamos para fora do lago, sendo recebidos pela enfermeira que tentou cuidar de Seth, mas ele disse que estava bem, e ela veio me ver, tratando de alguns arranhões devido minhas lutas na água. Notei com felicidade que nem Gina nem Gabriel estavam fora do lago e soube que havia sido o primeiro. Nesse momento, Gina colocou a cabeça para fora d’água e precisou de ajuda da enfermeira para sair de lá, enquanto desfazia o seu feitiço de cabeça-de-bolha. Ela não trazia ninguém com ela, apenas um objeto exatamente igual ao meu na mão, me deixando intrigado. Ela sentou-se ao meu lado, tremendo muito, enrolada em um cobertor. Eu dei meu cobertor para ela e ela agradeceu aliviada, tentando se manter mais aquecida.
- Nada mal, vocês fizeram em menos de 40 minutos. – Seth comentou, sentando-se ao lado de Gina, abraçando-a para mantê-la quente. Ele também não precisava de cobertor, e tentava acalmar e aquecer uma Gina que tremia muito.
- Obrigada, Seth, sei que Luna não vai me matar por isso. – Gina falou rindo, um pouco mais recuperada, enquanto mantinha-se abraçada a Seth. – Você sabe como fomos?
- Pelos meus cálculos, o Reno fez em 32 minutos e você deve ter feito em uns 33 ou 34.
- Nada do Gabriel ainda? – Perguntei, preocupado.
- Nada. Os juízes disseram que ele se enrolou um pouco.
Nós ficamos calados então, aguardando que Gabriel surgisse a qualquer momento na superfície da água, mas ele demorava cada vez mais. O imenso relógio na mesa dos juízes já indicava um tempo de prova de 50 minutos e eu estava de pé, andando de um lado para o outro, enquanto Gina estava deitada em uma maca, ambos preocupados com Gabriel. Seth voltara às arquibancadas, mas também parecia preocupado com a demora. Então, por volta dos 55 minutos, Gabriel finalmente surgiu na superfície da água, cuspindo água e respirando velozmente. Gina correu para ajudá-lo assim como a enfermeira. Conversando juntos, descobrimos que a última parte não passava de uma pegadinha e todos os três conseguiram a última pista para a última tarefa. Depois de algum tempo, Ivanovich nos chamou, e ficamos diante da bancada dos juízes.
- Senhoras e senhores, já chegamos a uma decisão. Em um máximo de cinqüenta, decidimos atribuir a cada campeão, as seguintes notas... - ele tornou a abrir o pergaminho e pigarreou alto - O Sr. Renomaru Kollontai, que usou uma forma avançada de alquimia quase completa, mas eficiente, foi o primeiro a voltar e trouxe consigo o refém - os alunos de Durmstrang fizeram muito barulho e batiam os pés no chão - Portanto, recebeu quarenta e sete pontos.
- Nada mal. – Gabriel me deu os parabéns enquanto eu respirava aliviado e feliz.
- A senhorita Gina Weasley, em uma excelente demonstração do feitiço Cabeça-de-Bolha, foi a segunda a retornar, apenas um minuto depois do Sr. Kollontai - agora era a arquibancada de Hogwarts que gritava - No entanto, ela não trouxe o refém e receberá quarenta pontos.
- Droga, esses 5 pontos vão fazer falta. Maldita Romilda Vane! - Gina resmungou do meu lado, fazendo eu e Gabriel rirmos.
- O Sr. Gabriel Lupin usou guelricho com grande eficácia - a torcida de Beauxbatons gritou animada – Mas como foi o último a retornar, também sem trazer o refém e quase estourando o tempo, receberá trinta e cinco pontos.
- Ufa, achei que ia receber uns vinte – Gabriel respirou quase caindo no chão de alívio e rimos juntos.
- A terceira e última tarefa será realizada ao anoitecer do dia vinte e quatro de junho - continuou o diretor - Os campeões serão informados do que os espera exatamente um mês antes. Agradecemos o apoio dado aos campeões e até a última tarefa!
O Diretor terminou de falar e nos deu um sorriso de parabéns, antes da enfermeira da escola começar a nos levar de volta para a tenda, assim como os reféns que foram retirados do lago. Eu estava radiante e estava a ponto de pular de gritar, pois consegui uma excelente pontuação que me fazia saltar no quadro geral! Agora estaria mais calmo até Maio, sem me preocupar muito com a terceira tarefa, e sem me sentir péssimo por uma má atuação.