- Não tem problema falarmos sobre isso em um lugar aberto assim? – Wes perguntou, olhando em volta. Havíamos nos reunido fora do castelo e das repúblicas para discutirmos sobre a Rei e Sombras.
- Eu acho que não, escolhemos um lugar muito afastado de todos, raramente pessoas vem pra cá, estamos muito ao oeste do castelo. – Chris respondeu.
- E não se preocupem com os aurores. Eles são dos Chronos, Tio Lu sabe de tudo que estamos fazendo e pesquisando, ele nos dá apoio e seus aurores também estão investigando. – Gabriel falou, referindo-se aos sete aurores com a insígnia do clã que estavam um pouco afastados, vigiando o perímetro.
- Eles não vão deixar mais ninguém chegar perto de nós, ouvi quando Isaac lhes deu essa instrução. – Ty comentou.
- As coisas estão saindo do controle demais, as últimas iniciações foram complicadas. Parecia que queriam matar o novato, pelo que fiquei sabendo. – Chris comentou.
- Pessoas que não tem nada a ver com tudo isso já foram envolvidas, está na hora de darmos um fim nisso. – Eu comentei, falando pela primeira vez.
- É verdade, por isso acho que todos estão tão preocupados em desmascarar esses problemas. Pode ser exagero da minha parte, mas aquilo é quase uma escola de Comensais. – Victor comentou, levantando um assunto que todos achavam possível.
- Comparado as últimas iniciações, Derfel parece um anjo...Quando ele ministrou algumas iniciações poucos saíram machucados. – Chris falou.
- Accolon já ultrapassou os limites a muito tempo...Mas o que aconteceu recentemente foi demais. Marcarem Micah para morrer, foi uma covardia! – Chris falou, exaltado e também fechando os punhos.
- Tio Ben, me procurou recentemente para dizer que as investigações vão sem sucesso, mas que vão continuar com elas. – Gabriel explicou, contando do dia em que Ben O’Shea foi a Durmstrang disfarçado.
- E Isaac me falou hoje de manhã que os espiões dos Chronos ainda não conseguiram nada. – Ty completou.
- Ele é esperto, é um imbecil que merecia morrer, mas é esperto. Ele sabe esconder seus crimes. – Eu falei, agora começando a ficar mais furioso.
- Antes de continuar, onde estão Seth e Griffon? Achei que eles iriam nos ajudar. – Victor perguntou.
- Com esses problemas dos vampiros, eles estão muito envolvidos com o clã. Griffon está ajudando Isaac na vigília, e nem se Merlin ressuscitasse e ordena-se a Seth sair de perto de Luna, ele faria isso. – Ty falou rindo, quebrando um pouco a atmosfera de raiva que pairava, fazendo todos rirem e concordarem.
- Eu não o culpo, se minha namorada estivesse marcada para morrer, eu não sairia do lado dela por nada. – Wes comentou.
- Sim, eu também. Mas Seth conseguiu descobrir algumas coisas. Parece que ele foi capaz de entrar em uma das masmorras durante a noite. Ele já localizou três lugares de reunião. – Ty falou sobre o que Seth havia lhe contado. – E ele deixou “escutas” nesses lugares...Ninguém vai notar um rato negro a mais.
- E Griffon conseguiu para que vasculhássemos alguns papeis antigos. – Eu falei, tirando do bolso da capa os papéis que Griffon achou, o motivo principal de nossa reunião.
- O que é isso? – Chris perguntou.
- São anotações da escola e do vilarejo trouxa próximo daqui. – Eu expliquei passando os papéis para eles. Todos receberam uma cópia dos papéis. Eu aguardei enquanto eles liam o conteúdo.
- Isso é sério?! Como ninguém nunca achou estranho? – Victor perguntou, a perplexidade extrema no rosto.
- São dezenas de desaparecimentos, alguns corpos encontrados com sinais de tortura... – Wes falou boquiaberto.
- Isso é horrível! Nem o Ministério investigou? – Chris perguntou.
- Accolon é poderoso o bastante para ter contatos no Ministério...Muitos talvez até trabalhem lá. – Ty falou, frio.
- E reparem nas datas...Esses são anotações que Seth e eu encontramos durante uma noite. – Eu falei já distribuindo outra folha de papel. Todos olharam o que estava escrito e pararam para comparar com os outros papéis.
- Não pode ser... – Ricard falou, entendendo a ligação. – Todos esses desaparecimentos e torturas ocorreram em épocas de iniciação!
- E para ser mais exato, períodos em que Accolon ministrou as iniciações. – Ty completou, pescando o que estava menos óbvio.
- Exatamente...Em todos os anos de iniciação ministrados por Accolon e seus aliados, houveram dezenas de desaparecimentos, alguns corpos com sinais de tortura, vandalismo... – Completei.
- Como ninguém nunca percebeu essas ligações? Até mesmo os membros da sociedade poderiam ter notado. – Ty falou chocado.
- Ty, o problema é: preste atenção nas vítimas. São mendigos, prostitutas, sem-tetos, a maioria trouxa. Raramente notam o sumiço deles, na verdade não duvido nada que alguns governantes estivessem até felizes com esses desaparecimentos. – Gabriel deixou a emoção em sua voz, fazendo seus olhos mostrarem todo o nojo que sentia.
- Os casos de tortura foram investigados superficialmente, e as autoridades culparam simplesmente brigas de rua. O mesmo para os demais casos, todos são considerados como fuga por dívidas, brigas etc. – Chris falou, lendo o trecho que dizia sobre isso.
- Temos que investigar isso tudo! Podemos achar alguma pista importante! Com sorte, uma memória! – Ricard falou animado.
- É simplesmente impossível, que em todos esses casos ninguém tenha visto algo... – Gabriel comentou, e todos tivemos que concordar.
- É isso que precisamos, investigar. Podemos nos dividir e cada um procura investigar um número de vítimas, temos que encontrar algo! – Ty falou também animado.
- Vamos faze-los pagar por tudo que fizeram a essas pessoas... – Wes falou, os olhos meio vazios enquanto relia os nomes das vítimas.
- Vamos nos dividir então. Cada um deve ficar com um grupo de casos e investigar. Vamos todos juntos ao vilarejo assim que houver a oportunidade. – Ricard falou, já começando a separar os casos.
- Os aurores do Ministério podem ser um problema...Mas vou pedir para que Isaac nos ajude. – Ty falou quando pegou o seu número de casos. Enquanto ele falava isso, ele olhou os aurores, e seus olhos ficaram sérios no mesmo momento. Todos nós olhamos para os aurores e eles pareciam preocupados, e um deles correu para nós.
- O que houve, Ragnarson? – Gabriel perguntou, começando a ficar assustado.
- Eles acabam de invadir o perímetro delimitado por Isaac. Precisamos sair daqui imediatamente, um grupo de vampiros está a menos de 5km daqui. Estamos muito a oeste, vamos rápido! Isaac e o Sr. Alucard já estão enviando reforços.
- Tio Lu está aqui? – Ty perguntou, já guardando os papéis e correndo.
- Ele veio aumentar as defesas e já estão em movimento. Precisamos ser rápidos, vocês vão na frente, nós lhes daremos cobertura.
Todos nós sacamos as varinhas e corríamos rapidamente, de volta para o castelo. Os aurores corriam em formação circular ao nosso redor, com três deles mais a trás para nos dar apoio. Eu estava com medo e apreensivo, pois havia finalmente chegado a hora da invasão. Todos pareciam igualmente apreensivos e com medo, mas nenhum de nós iria fugir caso encontrássemos um vampiro. Nós havíamos corrido apenas alguns minutos quando ouvimos o barulho de magias sendo lançadas, seguidas por explosões. Sem parar de correr, olhei para trás e vi os três aurores disparando feitiço atrás de feitiço contra um grupo de cinco vampiros que estavam a algumas centenas de metros de distância. Eu praguejei, pois a velocidade vampírica havia nos ganhado e em pouco tempo eles estariam perto demais de nós.
- Continuem correndo! – Um dos aurores que nos circundava gritou, enquanto lançava uma imensa bola de fogo na direção dos vampiros. O feitiço errou um dos vampiros por pouco, seu impacto abrindo uma cratera no chão.
Em pouco tempo os vampiros haviam nos alcançado e corriam paralelamente a nós, desviando de feitiços lançados pelos aurores e por nós. Os três aurores que guardavam nossa retaguarda corriam atrás de nós enquanto disparavam feitiços, porém os vampiros desviavam com facilidade. Eu peguei um frasco de meu casaco e o taquei contra um vampiro que chegou perto demais de mim. O frasco explodiu em seu peito fazendo o fogo se espalhar pelo seu corpo. O vampiro urrou de dor enquanto seu corpo era queimado. Os demais vampiros desapareceram no ar e ficamos sem entender, até que um dos aurores cortou a cabeça do vampiro e deixou o fogo fazer o resto do trabalho.
- Eram ilusões! ... Isso foi um ataque falso! Continuem correndo! O verdadeiro já deve estar chegando! – Ragnarson gritou e nesse momento todos os garotos, com exceção de Gabriel, que ainda não conhecia o castelo como nós, ficaram meio atônitos.
- O Castelo foi trancado! Esses vampiros não estão brincando. – Chris falou, já correndo novamente.
- Temos que chegar a ele. Mesmo se não pudermos entrar, os professores e o castelo tem como nos proteger. – Falei correndo novamente.
- Como não podemos entrar? – Gabriel perguntou, enquanto corria.
- Ao ser trancado, o castelo ativa todas suas defesas e não é destrancado até que o perigo desapareça. Mas suas defesas podem nos ajudar. – Ty explicou, correndo também.
Os aurores nos instigavam a correr mais, quando começávamos a ouvir o barulho do vento, que estava ficando mais forte. O vento nos impedia de conseguir correr com toda velocidade, e nos obrigava a pôr a mão diante dos olhos para nos proteger. Aquele vento não era normal! Foi nesse momento, lutando contra o vento também, que Isaac chegou, acompanhado de dez aurores.
- Vocês estão bem? – Ele gritou, sua voz difícil de ouvir com a fúria do vento. Ele assumiu a dianteira, ao nosso lado, enquanto os outros aurores aumentavam o círculo ao nosso redor.
- Estamos, senhor. Houve um ataque falso, eles usavam ilusões! – Ragnarson explicou, também gritando.
- Esses malditos! Foram espertos! Precisamos chegar perto do castelo, o outro ataque está chegando! – Ele falou, porém encarou o ar com os olhos preocupados e cheio de raiva. – CUIDADO!
Ele gritou e com um floreio longo da varinha jogou a todos nós ao chão, em seguida apontando para um ponto no ar. Uma gigantesca pedra foi feita em pedaços com a explosão. A pedra fora jogada contra nós. Os aurores levantaram-se rapidamente, e nos fizeram ficar no meio deles. Todos nós começamos a apontar as varinhas para o céu, destruindo pedras enormes que eram jogadas contra nós. Isaac parecia uma metralhadora trouxa, pois disparava mais feitiços do que eu já vi alguém lançar, fazendo várias pedras em pó. O vento aumentou, nos jogando no chão, deixando apenas os aurores de pé.
Então de repente, um dos aurores soltou um grito de surpresa, e no momento seguinte sangue jorrava de seu peito e ele caia ao chão. Isaac disparou um feitiço e um vulto negro foi jogado longe, e poucos segundos depois Isaac conjurava bandagens para o auror que gemia. Outro auror gritou quando um jato de sangue voou de seu braço e ficava impossibilitado de usar a varinha. O restante dos aurores pareciam lutar com o próprio ar, e depois que me acostumei ao vento e à velocidade vi que vultos atacavam os aurores sem parar, fazendo-os dispararem feitiço atrás de feitiço, enquanto tentavam se proteger. Outro auror caiu apertando o braço da varinha, sangue escorrendo de um machucado profundo. As vestes dos aurores já estavam todas rasgadas e com perfurações, e todos, com exceção de Isaac tinham ao menos algum corte. Porém, nenhum vampiro ultrapassou o círculo que eles faziam. Caso um deles caísse, outro já cobria sua posição, e mesmo os caídos lutavam para se manterem no lugar, nos protegendo.
- Até que vocês são bons, Chronos. Mais um motivo para extermina-los por completo. – Uma voz falou em meio ao vento e vimos quando o ar pareceu tomar forma e um alto vampiro surgiu diante de nós, na direção de Isaac. Os demais vampiros surgiram também, totalizando cinco vampiros, que nos cercavam.
- Venha se você conseguir. – Isaac desafiou sério. O vampiro gargalhou e fez um movimento rápido com o braço. No mesmo momento uma rajada de ar atingiu Isaac, fazendo um corte em sua bochecha, mas sem faze-lo se mover.
- Tentando parecer durão, é? – O vampiro perguntou rindo, fazendo um segundo movimento com a mão. Dessa vez Isaac fez um movimento vertical com a varinha e o ar voltou contra o vampiro, cortando suas vestes.
- Um controlador de vento. Não achei que iriam mandar um vampiro desse nível para morrer. – Isaac falou calmamente.
- Sim, sou um controlador...E fui enviado para matar, não para morrer...
- É o que veremos.
- Você ai, você é o Flamel, não é? Renomaru Goldensun Flamel Kollontai. – O vampiro falou, ignorando Isaac e olhando para mim.
- Sou.
- Corajoso...Venha conosco agora, e mataremos seus amigos rapidamente. – O vampiro sorriu.
- Vá pro Inferno! – Falei com raiva, cuspindo no chão na direção dele.
- Hahahahahaha...Corajoso, criança, pedirei para que não o torturem muito. – Ele falou com um sorriso maligno no rosto e fez um movimento com o braço em minha direção. Senti o ar vindo em minha direção e também vi quando Isaac se preparou para conter o ar, mas eu me movi primeiro. Ergui a varinha e fiz um movimento para o lado rapidamente. O rosto do vampiro recebeu um corte e um fino filete de sangue surgiu em seu rosto.
- Controle de elementos, é algo básico para alquimia avançada. – Falei sorrindo. Isaac sorriu também, assim como os demais. Eu cuspi novamente e agora fiz o ar jogar o cuspe no rosto do vampiro. – Vá para o Inferno!
- Criança estúpida! – O vampiro ficou furioso com a humilhação e todos eles urraram, fazendo-nos pular. – Capturem o Flamel, não o machuquem muito. Matem todos os outros! – Ele gritou e todos os vampiros saltaram juntos, e nós nos preparamos para lutar.
- AGORA! – Eu gritei, jogando com força um frasco no chão. Imediatamente uma fumaça negra espalhou-se, cobrindo a todos nós.
- Criança estúpida, acha que não enxergamos vocês?! – O vampiro falou, porém eles pararam antes de entrar na fumaça e não conseguiam nem enxergar através dela, nem sentir cheiro, nem nos sentir dentro dela. Ele ficou atônito e confuso, apenas por alguns momentos. – Ali! Um deles está tentando fugir!
Por alguns segundos todos os vampiros viraram na direção de um vulto que corria. Nesses segundos de descuido, Isaac saltou para fora da fumaça e com os punhos brilhando em vermelho atingiu as costas de dois vampiros, cortando-lhes a cabeça com um feitiço rápido. E de dentro da fumaça saíram mais de vinte feitiços, disparados por todos nós. Eram os feitiços mais poderosos que conhecíamos, e a explosão de todos eles nos corpos dos vampiros os fez serem jogados para trás, e no segundo seguinte saíamos da fumaça negra, disparando novos feitiços. Os três aurores feridos fizeram cair uma chuva de bolas de fogo, atingindo os vampiros e fazendo-os queimar. Os demais aurores correram para o ataque, disparando feitiços sem parar, sendo liderados por Isaac que cortara a cabeça de mais um vampiro. Após o susto e surpresa, os últimos dois vampiros ainda de pé urraram de ódio e retornaram o ataque. Eram os dois mais poderosos e eles começaram a dançar entre os aurores, cortando e perfurando com suas garras poderosas, ao mesmo tempo que o vento tornava-se furioso e tentava nos jogar ao chão.
O líder dos vampiros, o controlador de vento, perfurou o ombro de dois aurores e correu na minha direção. Eu levantei uma coluna de terra obstruindo seu caminho, mas ele a derrubou com um soco e pulou para mim, as garras mirando meu pescoço. Porém, Gabriel e Ty conseguiram atingi-lo com feitiços no ar, fazendo-o cair no chão, próximo a mim. Wes e Chris dispararam bolas de fogo contra ele, que as repeliu com uma lufada de vento. Ele pulou para mim novamente, desferindo golpes em velocidades incríveis, ignorando os feitiços dos outros. Eu consegui escapar dos primeiros por sorte, mas ele acertou um poderoso soco em minha barriga, fazendo-me cuspir sangue. Isaac veio em meu auxílio, fazendo o vampiro recuar, enquanto Victor e Ricard vinham me ajudar.
Isaac lutava ainda com os punhos brilhando em vermelho, assim como lançando feitiços contra o vampiro, que desviava e tentava acerta-lo. Nesse momento ouvimos um grito de dor e olhamos para onde o outro vampiro era queimado por dezenas de labaredas, virando uma imensa fogueira, espalhando fumaça negra. O último vampiro urrou de raiva e partiu para cima de mim novamente, decidido a pelo menos tentar me levar. Ele empurrou os outros para o lado e saltou em minha direção, enquanto eu pulava para trás em resposta. Ele esticou o braço em minha direção e perfurou minha camisa e, por sorte, perfurou a lateral da minha barriga apenas superficialmente, mas o suficiente para me fazer gritar de dor. Meu sangue caiu ao chão e minha camisa começou a ficar encharcada. O vampiro gargalhou e pulou para me segurar. Porém Ty usou a projeção astral novamente, jogando-a com toda sua energia contra o vampiro, que ao chocar-se com uma energia mágica pura, entrou em combustão. O vampiro caiu ao chão e todos nós apontamos a varinha para ele, e oito varinhas cuspiram labaredas, incinerando o vampiro.
- Vocês estão bem?! Reno!! Fique parado, você precisa de cuidados! – Isaac, gritou correndo para nós. Eu cai no chão, agora sentindo toda a dor na barriga, enquanto apertava o ferimento. Ty caiu do meu lado, respirando com dificuldade devido ao uso da projeção. Todos os garotos sentaram-se no chão, todos machucados, devido aos ataques do vento e da luta. Gabriel tinha um corte que ia do ombro ao cotovelo, Ty um corte na perna e um braço quebrado que pendia em um ângulo estranho, Chris um olho inchado devido a um soco poderoso, Wes, Ricard e Victor massageavam o peito devido ao golpe que levaram do vampiro quando ele me atacou.
Os aurores também estavam todos machucados, mas estavam melhores do que nós, e já começavam a tratar de seus ferimentos e dos nossos. Isaac conjurou bandagens e apontou a varinha para minha barriga, dando os primeiros socorros.
- Muito bem! Vocês lutaram muito bem, estão de parabéns! – Isaac falou animado, rindo após tudo isso. – E o que foi aquilo, Reno?
- Uma invenção minha. Pedi a Seth algumas amostras do sangue e da pele dele, e com a ajuda da Annia, consegui estuda-las. Como o corpo do Seth é metade vampiro, metade humano, eu simplesmente transmutei as amostras totalmente em vampiros. Ai! – Falei enquanto Isaac apertava as bandagens. – E depois Annia conseguiu descobrir algo que fizesse efeito contra vampiros. Então criamos aquela fumaça, ela dificulta todos os sentidos do vampiro, sua visão, seu olfato, tudo.
- E havíamos treinado isso antes. Ty usaria a projeção para atrair a atenção e nós atacaríamos de surpresa. – Ricard completou, enquanto um dos aurores fechavam seu machucado.
- Foi fantástico! Vocês foram muito inteligentes, e gostei do trabalho em equipe. Reno, é provável que Alucard queria conversar com você e com Annia para utilizar essa fumaça. Mas agora precisamos voltar ao castelo, vocês precisam de cuidados, fiz apenas os primeiros socorros, mas não sou muito bom em cura. Vamos. Mantenham a formação fechada, podem haver mais vampiros ainda.
- Mais?! Eu não quero nem ver o Tio Lu e o Seth depois disso. – Ty brincou, enquanto prendia o braço, imobilizando-o.
- Tá reclamando do que? Eu tenho um buraco na barriga! – Falei revoltado, enquanto testava o peso do corpo nas pernas, tentando andar.
Seguimos para o castelo, disputando quem tinha o pior ferimento, e agora rindo de tudo isso, feliz por termos sobrevivido a um ataque de vampiros. Estávamos próximos do castelo e já podíamos ver a Avalon ao longe quando ouvimos um grito. Era um grito cheio de dor e de uma voz conhecida...Todos nós nos paralisamos de medo, pensando no pior.
- Eu conheço essa voz! LUNA! – Gabriel gritou e, ignorando a dor, saiu correndo desesperado para o castelo.
Todos nós o seguimos, também correndo, mas apenas Isaac conseguia correr tanto quanto Gabriel. Algum tempo depois do primeiro grito, ouvimos um segundo, esse cheio de desespero e raiva. Na verdade era um urro, que nos fez ter calafrios e lembrarmos dos vampiros. Era um urro de puro ódio.
- Por Merlin....Seth! – Foi a vez de Isaac falar e correr também. Coisas horríveis passavam pelas nossas cabeças e corríamos desesperados, chegando no castelo em pouco tempo.
Quando chegamos, Gabriel gritou novamente e correu para Alucard, que carregava um corpo nos braços. Todo o restante de nós ficou estático, olhando o corpo inerte nos braço de Alucard, o corpo de Luna. Miyako abraçava o corpo chorando, e quando Gabriel chegou perto o suficiente ele a abraçou chorando também, deixando-se levar pelo desespero. Isaac correu para Alucard, olhando sério e preocupado. Nós chegamos quando ele explicava o que tinha acontecido, e dizia que Luna estava bem, apenas desacordada, mas ele precisou sacudir Gabriel para que este o ouvisse.
As garotas, que estavam reunidas em torno de Luna, correram para nós quando nos viram e nos abraçaram, chorando. Os garotos reclamaram que machucava, mas as abraçaram de volta, felizes por elas estarem bem. Mamãe, Annia e Julianne correram para mim, sendo mamãe a primeira a me abraçar, seguida por Annia e Julianne. As duas choraram em meu abraço, dando tapas fracos em meu peito enquanto falavam que eu era um idiota. Eu senti um pouco de dor, mas ri disso e acalmei as três dizendo que estava tudo bem. Julianne demorou mais em meu abraço e no final me deu um longo beijo, algo que eu não esperava e que me deixou meio vermelho. Annia e mamãe riram e brincaram conosco, enquanto me levavam para ser tratado direito. Julianne não largou minha mão em momento algum.
- Seu idiota! Por que não me contou que tinha um alvo nas suas costas?! – Ela falou enquanto Griffon tratava do meu ferimento e tentava segurar o riso.
- Porque não queria envolver você em perigos. Está com medo, por acaso?
- Claro que não, eu já estaria te namorando há mais tempo! – Ela falou apertando minha mão e me beijando no rosto.
- Essa é a Julianne que conheço, adora o perigo! – Griffon falou rindo, não se segurando mais. – Sendo prima de quem é, só podia dar nisso...Mas logo o Reno?! Ele é tão...
- Fica quieto, Griffon. Ai, você fez de propósito! – Reclamei quando ele apertou o ferimento com mais força. – Agora que esse imbecil parou de querer me machucar mais, posso fazer direito: quer namorar comigo, Julianne?
- Só se sempre tiver perigo assim! – Ela falou rindo e me beijando, e depois ganhamos os parabéns de mamãe e Annia, que tinha um olhar do tipo “já era hora”.
Após eu ter sido tratado, eu ouvi a história de tudo que tinha ocorrido, e todos prestamos homenagens aos quinze aurores mortos no ataque dos vampiros. Passamos a noite toda juntos em uma sala do primeiro andar, todos torcendo por Seth, que em sua raiva fora caçar Isaiah, e eu queria, mas queria muito, que ele capturasse Isaiah e o fizesse sofrer. Luna ia melhorando aos poucos e todos nós nos revezávamos para doar sangue a ela. Tudo estava se acalmando, e nós respirávamos mais aliviados. Porém, por volta da meia-noite, Griffon foi para a França, para ajudar Emily, irmã de Ty e o amor de Griffon. Ficamos novamente apreensivos, pois os vampiros não estavam brincando e nunca mais seria a mesma coisa. Algo estava me dizendo que esse ataque podia ser apenas o começo.
Thursday, February 05, 2009
Comments by IntenseDebate
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2009-02-05T18:42:00-02:00
Renomaru G. Kollontai
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