"Para toda beleza há um olho em algum lugar para vê-la.
Para toda verdade há um ouvido em algum lugar para ouvi-la.
Para todo amor há um coração em algum lugar para recebe-lo."
(Ivan Panin)
Quinta feira, após o almoço....
Quinta feira, costumava ser o melhor dia da semana para mim. Eu tinha aula apenas na parte da manhã e o resto do dia livre para fazer o que quisesse, optei por resolver um problema que me atormentava há algum tempo. Eu já havia feito contato com minha mãe e havia pedido a ela que viesse me encontrar no vilarejo, pois precisavamos conversar. Claro que sua primeira resposta foi um não, então tive que usar outros meios para convencê-la.
Nos encontramos num restaurante novo, numa parte mais afastada do vilarejo, e ela não estava satisfeita em me ver. Mal sentei na mesa e ela já disse:
- O que você quer?
- Olá mãe! Estou contente em vê-la com saúde.- eu disse e ela me olhou sarcástica:
- Se estiver esperando que eu retribua o cumprimento, esqueça. Tem noção dos diversos compromissos que tive que desmarcar para estar aqui neste fim de mundo?
- Tem noção da vontade que tenho de votar contra no négócio com os americanos, só para contrariar a ‘ele’?- disse e ela entendeu que o ‘ele’, era George Ivashkov. Ela franziu os olhos:
- O...Que...Você...Quer?
- Quero saber quem é o meu pai.
- George Ivashkov.- ela respondeu e se levantou e eu disse tensa:
- Isso não é verdade e se você não me contar, eu vou...
- Vai o quê? Pedir ao conselho que vote contra George e percam milhões? Não, você não vai fazer isso,então não venha com ameaças que não pode cumprir. Ainda não esqueci suas atitudes grosseiras ao me expulsar do que é meu por direito.
- Eu tenho o direito de saber a verdade, é a minha vida.- eu disse e me detestei pelo leve tremor na voz e ela riu:
- Sabe... A velha não a treinou tão bem assim.Quando você tentar ameaçar a mim, venha com alto poder de fogo, ou então mantenha-se a distância que é o lugar onde você pertence.- e foi embora.
Respirei fundo para me recuperar do breve encontro com aquela que apesar de tudo era a minha mãe, e aproveitei que estava em um local com bom acesso em internet e linhas telefônicas, precisava fazer algumas ligações e pesquisas.Ela tinha razão...Quando você for ‘puxar a faca para alguém esteja disposto a enfiar até o cabo’.-o-o-o-o-o-o-o
Depois que Ozzy e Alec contaram a mim e ao Robbie, sobre a imortalidade deles e agora de Parv, os três me deixaram na minha república e foram embora. Ao entrar na Atena, logo fui cercada pelas colegas de casa, que após ouvirem que Parvati estava dormindo na enfermaria do castelo, não acreditaram muito na história de que ela havia misturado bebida alcóolica com seus remédios por ‘acidente’ e por isso havia tido uma reação parecida com uma overdose.
Como algumas garotas da casa, nunca gostaram de nós, e poderiam começar a espalhar rumores, que chegariam até tia Karen e ela viria feito um tornado até a escola, falei que o que aconteceu com Parvati poderia acontecer com qualquer pessoa desavisada sobre a mistura de de remédios e álcool, mas que se o diretor aparecesse por lá, suspeitando de algo tão ruim, quanto uma hipotética tentativa de suicídio ou mesmo uma overdose, é claro que ele não encontraria nada ilegal. Isso bastou para que as perguntas parassem e todas voltassem aos seus quartos e seus assuntos. Contei a verdade apenas para Lis, que não era dada a fofocas, e era uma pessoa leal aos amigos,mesmo que não fossem tão próximos. Quando vi a roupa que ia usar para sair aquela noite, caída no chão, foi que me lembrei do meu encontro.
Sexta feira final do dia....
Após a reunião no jornal, Robbie e eu passamos na enfermaria e Parv ainda estava dormindo. Deixei Robbie junto com Alec e me dirigi ao vilarejo, iria ao meu encontro.
Cheguei ao restaurante, e logo fui direcionada á mesa onde um rapaz moreno com idade em torno de 30 anos, já me aguardava. Ele se levantou e me cumprimentou:
-Senhorita Ivashkov, sou Arhur Greywolf,seu advogado em enviou.
-Obrigada por vir, assim tão de repente.Desculpe por ontem.- e ele sorriu e eu notei que ele era bonito, muito bonito para a verdade. (Foco Léo, foco).
-Estou habituado a solicitações de emergência, tomei a liberdade de pedir algo para você.- ele disse quando o garçom das bebidas, apareceu com uma água de gilly para mim e um wiscky com gelo para ele. Levantei a sombrancelha curiosa e ele sorriu:
- Procuro conhecer os hábitos das pessoas para quem vou trabalhar,não gosto de desonestos.- disse franco e eu sorri:
- Acho que vamos nos dar bem senhor Greywolf.
- Sua amiga está melhor?- oolhei espantada com medo do que ele já poderia ter ouvido por ai, quando ele me tranquilizou:
- Isso foi o que o seu advogado me disse quando você não apareceu ontem à noite.- assenti e perguntei depois de tomar um gole do meu drink:
- Ela está bem, obrigada. Aos negócios?
- Diga o que quer.- Comecei a dizer a ele o que queria quando...
- Léo? O que faz aqui?-olhei para o lado e era Finn, usando roupa de garçom e olhava de mim para Greywolf.
- Não sabia que você trabalhava aqui, Finn.
- Só quando o dono precisa de ajuda extra, ele é amigo do meu pai.- e continuou encarando o rapaz que o encarava de volta analiticamente.- ficou um clima desconfortável e antes que eu dissesse alguma coisa, Greywolf fez os pedidos e Finn logo foi fazer o seu trabalho.
Ao terminar o jantar, eu ja tinha dito tudo o que queria de Greywolf e ele se ofereceu para me levar até a república. Recusei, educadamente e disse que ficaria mais algum tempo. Não demorou muito e Finn se aproximou, já com suas roupas normais:
- Seu acompanhante foi embora e te deixou sozinha?
- Não era um encontro, eram negócios. Não que isso seja da sua conta. Eu estou indo embora.- respondi me levantando e seus rosto ficou um pouco vermelho,mas ele disse:
- Eu posso ir com você? Faz tempo que não conversamos e com tudo o que tem acontecido...- concordei e fomos caminhando juntos para nossas repúblicas.
- Passei mais cedo na enfermaria da escola, Parv ainda dormia.- ele disse e eu assenti:
- Sim, ela ainda está apagada.
- Bom considerando o acidente, a clínica de ‘repouso’, e depois descobrir que é uma imortal, isso abalaria qualquer um, ainda mais se você estiver mergulhada em sofrimento.- o olhei espantada e ele deu de ombros:
-Ozzy e Alec me contaram tudo. Fico feliz por eles terem tido a oportunidade de salva-la.
- Eles vão nos ver envelhecer e morrer, Finn. Parv não vai ter que se preocupar com as rugas, com a lei da gravidade...Ozzy nunca vai precisar de remédios para calvície ou impotência. – eu disse e ele riu:
- E também vão estar por perto quando nossos filhos e netos precisarem de ajuda, já pensou nisso? Estarão vivos e com saúde.- disse me colocando de frente para ele. Olhei-o nos olhos e respondi:
-Não, não havia pensado nisso, é um ótimo argumento para impedir os pensamentos suicidas da minha melhor amiga: Ser a eterna babá das minhas crianças, será um objetivo de vida para Parvati Karev. Ela vai reclamar muito pelo trabalho não remunerado. - ri e ele me puxou mais para perto e eu não recuei quando ele me beijou.
- Finn...não estamos voltando...- eu disse meio tonta depois do beijo, e ele riu:
- Estamos só nos divetindo, Léo. Vamos deixar as coisas sérias, para quando elas forem realmente sérias ok?- fiz que sim com a cabeça e tornei a beijá-lo, havia sentido muito a falta dele.
Quando Robbie soubesse, ele iria me bater, e Parv...Ah eu adoraria que ela me batesse por causa destes momentos de fraqueza, seria um sinal de que ela estava ficando melhor.