- Estou entediada, não acontece nada legal!- disse enquanto esperavamos o momento de irmos para a sala de aula da professor Messic. Estavamos afastados dos outros alunos pois aproveitavamos o tempo para comentar as proximas noticias da nossa coluna no jornal.
- Com a falta de tempo que temos, como você pode estar entediada? Pirou?- disse Robbie e Parv, disse:
- É este o problema, muita obrigação e pouca diversão.- nesta hora vimos uma menina do 4°ano vindo em nossa direção, toda distraída, segurando o que parecia ser um bolinho de amora. Na mesma hora, Parv e eu trocamos sorrisos malvados. A garota passou perto e estiquei meu pé e ela tropeçou, sem cair.
- Opa! Aonde você pensa que vai com este bolinho, Stevens? África?- disse puxando o bolinho da mão da garota do 4º ano, que era de uma das repúblicas inimigas.
- Nunca te disseram que açucar demais estraga os dentes? Já devem ter dito, ou você não usaria aparelho ainda nesta idade. Coitada, desenvolvimento retardado. - disse Parvati e rimos, enquanto a menina começava a ficar com as bochechas vermelhas e disse:
- Devolvam, eu não almocei direito...- a voz dela tremeu e eu a imitei com voz infantil:
- ‘devolvam, eu não almocei direito....’, como se pular uma refeição fizesse falta a você. – e quando ela veio tentar pegar de mim, joguei para Parv, que acenou com o bolinho e quando a garota, foi atrás, ela jogou para Robbie, que embora não dissesse nada, ria e o devolveu a mim, brincamos de fazê-la de bobinho por um tempo, e a menina, estava cada vez mais vermelha. Quando notei que já havaim lágrimas em seus olhos, estiquei o bolinho, e quando ela tentou pegar, o deixei cair e pisei em cima:
- Veja só o que você fez! Por sua culpa, sujei meu sapato.- eu disse e a menina se ainda tentou dizer:
- A culpa é de vocês, que pegaram algo que não lhes pertencia.Vou reclamar com os professores...- e Robbie respondeu:
- Está dizendo que a roubamos? Isso é muito sério...Acho que vamos ter que te denunciar por calúnia e difamação....
- Experimenta ir reclamar de nós com alguém e você vai ver o que é avida em Durmstrang com alguém no seu pé, afinal esta escola não tem fama de ser do mal à toa.- disse Parvati olhando feio para ela:
- Ou podemos contar algum segredo...Algo como a sua paixonite secreta, por aquele menino lindinho...Acho que o bolinho era pra ele...- quando eu disse isso a garota, arregalou os olhos e começou a gaguejar:
- Não..Não falem nada....Vocês não me fizeram nada, não vou reclamar com ninguém...- e se afastou correndo de nós, e começamos a rir.
- Como você sabia do garoto Leo?- quis saber Robbie depois de rir:
- Não sabia, chutei, afinal ela está na idade da paixão platônica pelo garoto popular da sala, e já passamos por isso lembra?- e ele riu concordando, enquanto olhávamos para o grupo onde Ozzy, Finn, e Alec estavam.
-o-o-o-o-o-o-o
- Oi Leo! Aonde você vai com esta pressa toda?- quis saber Finn quando eu saía rápido naquela manhã de sábado, da república.
- Olá, Finn. Estou indo ver o jogo do Mitchell.É semi final, prometi dar apoio moral.- e ele me olhou em dúvida:
- Mas vocês não brigaram? Pelo menos, ontem eu tive a impressão que vocês não estavam mais juntos. Até achei que você estava bem melhor sem ele. - As duas semanas estavam no fim, e era a primeira vez que Finn, falava algo sobre meu namoro, pensei rápido:
- Aah é? Quer dizer, sim nós brigamos, mas acho que precisamos conversar, somos civilizados...Mas o que foi que você viu ontem?- e ele ficou meio sem graça:
- Léo, eu não quero me meter nisso, converse com o Callahan.
- Já se meteu, quando deu sua opinião sobre eu estar melhor longe do Mitch. O que você sabe?- e como ele vacilasse eu disse:
- Você é o meu amigo mais querido, Finn. – e ele colocou as mãos em meu rosto:
- Somos apenas isso Leo? Amigos?- e eu vi que ele estava bem próximo, como se quisesse me beijar. Lembrei que não poderia ceder facilmente:
- Sei que sempre posso contar com você, e se tem algo que eu deva saber sobre o meu namorado... – e ele respirou fundo:
- Não quero que você seja magoada, Leo, por ninguém.Nem mesmo por mim. – ‘ah se ele soubesse quanto já me magoou’, pensei mas segurei suas mãos e pedi:
- Conte-me, Finn.- e ele contou.
Quando o jogo acabou, o Blue Rangers, time do Mitchell, havia conseguido a primeira vaga para a final. O time adversário ainda seria decidido no jogo entre os White Knights e o Yellow Falcons. Esperei Mitchell no lugar de sempre, e ele saiu todo eufórico, e quando veio me beijar, eu o empurrei, dizendo:
- Nosso namoro acabou!
- Hã? O quê houve?
- Quando começamos este ‘namoro’ combinamos de nos respeitarmos sermos fiéis e você foi incapaz de fazer isso.
- Não, eu não fiz isso.
- Sim, você fez. Aonde você estava ontem? Disse que ficaria na república e não ficou.
- Ah, eu acabei saindo ontem e não foi nada demais...
- Pára com este teatro, eu sei que você ficou com outra garota ontem, o Finn me contou tudo, você não tem como negar.- e ele estreitou os olhos:
- Então acho melhor não perder tempo tentando negar qualquer coisa.
- Você não vai nem tentar se explicar?- eu quis saber irritada:
- O seu querido Finn já fez a sua cabeça, e você não quer me ouvir, está zangadinha porque pode estar pagando de traída para aquele mané, e você está doida para terminar comigo e correr para ele te consolar. Boa tática.– e ficamos nos encarando e eu disse:
- Não achei que você fosse deste tipo, Mitchell.
- Nem todos gostam de bancar o santo, como o senhor perfeição. Aliás, nosso tempo já estava chegando mesmo ao fim, e cedo ou tarde você ia me chutar, que bom que agora você tem o motivo perfeito. – olhei para ele e disse:
- Concordo que era uma armação por duas semanas, mas não pensei que fossemos terminar assim.- notei que algumas pessoas passavam por ali e nos olhavam. Logo a fofoca correria solta.
- Você supera, basta fazer algumas compras.- ele disse cínico e eu perdi a cabeça e o empurrei irritada, fazendo-o perder o equilibrio e ir contra a parede. Sai pisando duro e fui embora para a minha república. Não podia deixar de me congratular pela minha performance como namorada ciumenta, é claro que eu não poderia ter ciúmes dele, pois não namorávamos de verdade, o que me irritou foi ele não me avisar antes. Bem, quando a vida te dá um limão, faça uma limonada, então agora vou esperar e ver se Mitchell tem razão e Finn, virá me consolar. O pior é que mesmo sabendo que vivia uma mentira, eu me sinto um pouquinho magoada com Mitchell.