Sabe... Quando li na lista de material de Durmstrang que teria que comprar um livro de Alquimia Avançada pensei: "Alquimia, que bom, vamos fazer poções, e em poções eu me viro bem, então devo aprender a fazer poções famosas, proibidas, mas com nome diferente".
Que bobo eu sou :P.
Após um inicio agitado, Micah e eu passamos a andar juntos para chegar às aulas e não nos perdermos pelo castelo, ele ainda teve a vantagem de fazer um tour com a monitora de Transfiguração, e voltou com um sorriso de gato que acha o rato. Não comentei nada, afinal quem sou eu para cobiçar a alegria de um pobre condenado como eu?rsrsrs. As amigas da Evie, agora pelo menos acenam para nós, e os rapazes que andam com elas também, mas ainda não pudemos sentar e conversar direito. Talvez assim, o pessoal pare de nos olhar como penetras numa festa.
Estávamos na masmorra seis, ouvindo a voz da professora Kollontai, e íamos anotando tudo.
- ... Na alquimia, existe um ritual a ser seguido, assim como a utilização do tempo astrológico. Todas as flores, ervas e raízes colhidas na lua cheia são lavadas no orvalho da manhã... Porque fazemos isso senhor Wade?
- Para aproveitarmos melhor os poderes das ervas?- chutou Micah.
- Está parcialmente certo senhor Wade, e para que serve o circulo de transmutação senhor McGregor?
- Transmuta algo em alguma coisa? – e alguns alunos riram, e até eu ri da minha resposta idiota.
A professora após, respirar fundo, talvez buscando coragem para não jogar o livro que tinha na mão na minha cabeça disse:
- Alguém poderia me falar sobre o circulo de transmutação? – olhou ao redor da classe e a garota de cabelos castanhos já estava com a mão levantada e a professora cedeu: Ivanovich. Nossa, ela só faltou saltitar de tão feliz que ficou:
- Na Alquimia o círculo de transmutação também simboliza o Universo, o desenho do círculo deve estar de acordo com as leis da natureza e da física para que surta efeito.
A aula continuou a correr bem, e a professora resolveu que não iria submeter Micah e eu a mais humilhações públicas. No fim da aula nos chamou, e pediu a Ivanovich e uma garota loirinha, de nome Yelchin também fosse até ela. Ambas ficaram nos encarando e a professora disse:
- Senhores, vocês não tem muita base para o estudo da Alquimia, quer dizer a base de vocês é nula, portanto vou pedir às minhas melhores alunas que os ajudem a tentar entender a matéria, antes das minhas provas. Ivanovich você ajuda ao senhor McGregor, Yelchin, ao senhor Wade. Conversem e marquem horários para os estudos, espero que na próxima aula ambos saibam para que serve um circulo de transmutação. Aliás, vocês já conhecem o castelo?
- Eu fiz um tour com a Evie, depois da aula de Transfiguração.
- Ah foi você que chegou atrasado à aula de Ivana? – e Micah fez que sim com a cabeça enquanto a mulher ocultava um risinho, aí ela me olhou interrogativamente e eu respondi:
- Não conheço o castelo ainda. - e Micah disse brincando:
- Mas ele consegue achar o salão principal, só pelo cheiro. Um espanto.
- Um corpo alimentado, produz uma mente sadia, boa para o aprendizado. – citei uma propaganda trouxa de cereal, e Yelchin riu, e ao olhar sério da professora disse: desculpe.
- Então, Ivanovich, faça um tour com o senhor McGregor, mostre-lhe nosso castelo e assim podem combinar suas aulas de Alquimia. Estão dispensados.
Acho que minha nova colega não gostou muito de ter que dar aula a mim, mas vou me esforçar para não contamina-la com meu bom humor cativante. Resolvi tentar fazer amizade:
- Annia, é nome ou apelido? Ouvi suas amigas te chamando assim.
- Apelido de Anastácia. Mas para você é Ivanovich. Vou te mostrar as salas onde temos a maioria de nossas aulas... – ela respondeu seca e eu continuei:
- Anastácia não é o nome de um desenho trouxa muito fofinho?- disse tentando ser engraçado, mas o olhar que recebi de volta, congelava as chamas do inferno. Fiquei calado, enquanto ela andava rápido e ia enumerando as salas para mim.
- Masmorras do 1° ao 7° ano. – e foi andando rápido como se estivesse fugindo de alguma coisa, ou tentando me deixar cansado. Coitada, após algum tempo ela começou a diminuir os passos e eu estava tranqüilo.
- ... 7º andar – Sala de Astronomia, ela se move, então a cada dia está num lugar diferente.
- Uau! Que demais.- e pude ver um brilho de orgulho nos olhos da garota, mas bem rapidinho o jeito sisudo voltou.
- 8º andar – Sala de Transfiguração, Sala de Feitiços, Sala de Duelos...
- Sala do rancor...
- O quê?
- Nada.
AI: Olha McGregor, não sei como são as garotas do seu país, mas você não me impressiona.
TM: Bem Ivanovich... De onde venho, não só as garotas, mas todos costumam ser educados e não tratamos os estranhos como se fossem leprosos. Nós esperamos conhece-los primeiro, antes de vir com 4 pedras na mão. (ela abriu a boca para retrucar, mas eu fui mais rápido): E só pra esclarecer: não tenho motivos para querer te impressionar, você não faz o meu tipo. Agora que já esclarecemos este ponto, podemos continuar?
Juro que se ela tivesse altura e algo bem pesado na mão, tinha esmagado minha cabeça.
AI - Você é um grosseirão.
TM - Procuro não perder pra você. Sabe minha avó teve um poodle chamado Anastácia. Aliás, num tá na hora de você buscar o chinelo pra ganhar biscoito?- e apressei o passo para me afastar dela e logo estava correndo e rindo.
Ela deu um grito de irritação, e começou a correr atrás de mim por aqueles corredores, com os punhos levantados, mas para mim parecia que estávamos brincando de pega-pega. Após correr brava por um tempo, ela me alcançou quando eu me escondia atrás de uma armadura, não por medo, mas porque estava perdido, ficamos nos encarando por um bom tempo, e chegava a ser tão ridícula a cena que começamos a rir.
- Então? Durmstrang é um lugar aceitável para você?
- Não, porque você não mostrou o mais importante.
- Como não? O que pode ser mais importante que as salas de aulas, nossa torre de adivinhação, nosso teatro?
- O campo de quadribol, isso sim é o mais importante numa escola.
- Odin me defenda! Você joga quadribol?- Sim, fui campeão pela minha casa ano passado. Sou batedor. - disse orgulhoso e ela me olhou com pena, mas os cantos da boca tremiam para rir.
- Coitado, e eu pensando que você só era irritante assim, porque caiu de cabeça ao nascer. Venha, vou mostrar o seu campo de quadribol, ainda temos tempo. Fomos andando e rindo das observações que eu fazia sobre o fato dela não gostar de quadribol, quando ela apontou para um lugar enorme e imitou um locutor:
- E aqui senhor McGregor, o nosso humilde campo de Quadribol, a arena onde somente os fortes sobrevivem, o lugar onde se fazem os campeões, onde batatinha quando nasce se esparrama pelo chão... blá, blá, blá... - rimos enquanto em minha mente eu já fazia planos para entrar no time e pensava se eu podia sentir meus amigos tão próximos em qualquer outro lugar que não fosse ali, naquele campo.