Saturday, March 17, 2007

‘Antes da guerra, planos são fundamentais. Mas depois que ela começa, os planos são inúteis’

Napoleão Bonaparte


‘Você daria uma ótima líder’

Era a primeira reunião não-oficial de campanha de Evie para a presidência do conselho estudantil de Durmstrang. E primeira reunião não-oficial significava que ela estava reunida apenas com as 3 amigas no refeitório da escola, tentando as convencer que concorrer com Georgia Yelchin era uma verdadeira burrice.

‘Toda a escola vai rir de mim! Vou fazer papel de idiota’ Evie protestava, mas em vão

‘Bobagem Evie!’ Vina era uma das mais animada com a idéia ‘Confiamos em você!’

‘De uma vez por todas, não é boa idéia... Quer dizer, me dêem uma boa razão para eu me meter numa coisa dessas?’

‘Evie?’

Georgia se aproximou da mesa delas de repente e as 4 olharem em volta tentando imaginar de onde ela havia surgido. Ela nunca havia sequer falado com nenhuma delas em 5 anos estudando juntas. Evie olhou para as amigas em busca de uma explicação e encarou Georgia.

‘Er, oi Georgia’

‘Eu só vim para cumprimentar você’

‘Bom, na verdade eu...’

‘Eu só vim dizer que estou ansiosa para disputar com você’ Georgia sorria de uma forma até simpática e as meninas olhavam para ela desconfiadas

‘Está?’

‘Vai ser divertido’

‘O que quer dizer com isso?’

‘Eu vou cortar você em muitos pedacinhos, Evie. Eu vou destruir você’ Georgia se apoiou na mesa em cima de Evie e o sorriso havia desaparecido de seu rosto

‘Hã?’ ela era louca, era o que Evie estava pensando

‘Entenda assim: sempre soube que era uma perdedora e agora toda a escola vai saber também. Boa sorte’

Georgia deu um sorriso para a Evie e acenou para as meninas como se tivera acabado de convidá-las para um piquenique, voltando para a mesa das amigas. E naquele momento, Evie sentiu pela primeira vez o que realmente motiva os políticos bem sucedidos: sentimento de vingança.

‘O que tenho que fazer para ganhar dessa vaca?’ Evie se virou para Nina furiosa

‘Não se preocupe, deixe tudo por minha conta!’ Nina estendeu a mão para selar o acordo e Evie a apertou, decidida a não desistir agora.

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Embora ninguém mais comentasse a abordagem nada sutil de Georgia em Evie no almoço, ela sabia que a imagem não saia da cabeça das amigas. E muito menos de sua própria cabeça. A aula de adivinhação corria normalmente e Evie se mantinha alheia àquilo tudo. Tudo que sua mente conseguia processar era nas diversas maneiras de se torturar uma garota de 15 anos. E ela poderia, afinal, sabia muito bem administrar a maldição cruciatus.

O sinal indicando o fim das aulas do dia soou e Evie e as amigas saíram da sala do professor Boris pensando apenas em comer algo gostoso no jantar, sem qualquer tipo de perturbação. Mas antes mesmo que pudessem chegar ao refeitório elas sabiam que calmaria era algo que não se aplicava mais às vidas delas enquanto as eleições não chegassem ao fim.

‘O que é isso?’ a voz alarmada de Evie fez com que alguns alunos olhassem assustados

No alto da entrada do refeitório estava esticado um imenso cartaz com seu nome piscando em letras gigantescas e chamativas. Pela primeira vez ela o via escrito em algo maior que o relatório de notas. Abaixo dele, Nina sorria satisfeita com o trabalho. Ela dava ordens a alguns alunos a sua volta e lhes entregava o que pareciam ser panfletos.

‘Nina, por que não começamos com algo mais discreto?’ Evie estava incomodada com seu nome piscando de forma tão espalhafatosa no corredor da escola

‘Não temos tempo para isso, Georgia já tem seus eleitores, precisamos trazê-los para o nosso lado’ ela fazia as coisas parecem tão simples...

‘Pare de reclamar, Evie!’ Milla pegou alguns panfletos da mão de Nina e entrou no refeitório ‘Não podemos deixar a loira aguada vencer!’

‘Mas vamos precisar de mais que cartazes brilhantes para vencer isso’ Evie sentou desanimada na mesa com Milla

‘Que espírito derrotista é esse pessoal?’ Vina deixou alguns dos panfletos em uma das cadeiras vazias e sentou ao lado de Evie ‘Nina, fala pra elas a idéia que tivemos’

Nina sentou também e ia começar a explicar a idéia quando elas foram novamente interrompidas por Georgia. A garota as abordou pela 2ª vez no mesmo dia e sentou na cadeira vazia, sem notar que estava sentando em cima dos cartazes.

‘Por que não desistem disso e poupem-me o trabalho de massacrá-las?’ ela as ameaçava com tanta naturalidade que elas faziam esforço para não voar em seu pescoço

‘Você não tem mais nada para fazer não?’ Evie começava a perder a paciência com ela

‘Ou se preferirem, posso lhes emprestar alguns dos meus votos. Para tornar a disputa mais emocionante, sabe?’

‘Para sua informação, não precisamos dos seus votos!’ Nina encarou Georgia confiante

‘Como quiserem... Depois não digam que não avisei sobra serem massacradas’

Evie fez menção de levantar para avançar nela, mas Vina a segurou na mesa rindo. Ela olhou para onde Milla apontava e não segurou a risada. Os cartazes que Georgia sentara em cima estavam com cola e grudaram nela. A garota não percebeu e saiu andando pelo refeitório com um cartaz ‘Parvanov é a pessoa certa para o trabalho’ colado na parte de trás da saia, arrancando gargalhadas de todos em volta. Georgia olhava para as pessoas sem entender porque estavam rindo dela e encarou as meninas na mesa. Elas acenaram debochadas para ela e Georgia saiu batendo pé do refeitório. Já que ela quer desse jeito, então que comece a guerra pelo poder!