Corri pelas ruas do vilarejo para chegar à biblioteca e faltavam poucos minutos para o fechamento. Havia algumas pessoas, mas nem parei para observar. Eu era a responsável por pegar os livros que minhas amigas e eu usaríamos para fazer o trabalho que entregaríamos no dia seguinte. Fui até as estantes, separei os livros e fui ao balcão:
- Onde está seu cartão?- perguntou a bibliotecária com cara de corvo.
Procurei nos bolsos e o meu cartão da biblioteca não estava comigo. Tentei ganhar tempo.
- Acho que ele está aqui num dos bolsos...
- Menina, você não trouxe o cartão e sem ele os livros não saem daqui.
- Senhorita Orlov, eu preciso destes livros hoje, se a senhora pudesse liberá-los, prometo traze-los amanhã sem falta.
- Não. - foi a resposta curta e seca.
- Então a senhora poderia aguardar mais alguns minutos depois de fechar? Eu corro até a republica e trago o cartão...
- Se você conseguir ir e voltar em 5 minutos, os livros saem daqui, senão nada feito.
Olhei para ela e tive certeza que ela leu os milhares de desaforos que minha mente processava. Respirei, segurei meus pensamentos e disse:
- Por favor, senhorita Orlov, se fosse só por mim, eu ficaria sem a nota amanhã, mas minhas amigas não têm culpa do meu erro. Deixe-me levar os livros, por favor.
Ela me olhou longamente e disse maldosamente:
- Acho que suas notas vão sofrer um abalo. Aconselho-a a ser mais organizada com suas matérias. Será que você pode sair do balcão? Está atrapalhando o fluxo. - senti lágrimas de ódio queimar meus olhos.
Saí dali e comecei a andar em direção á república. Sentia-me péssima.
- Ei garota. - ouvi alguém chamar e nem olhei.Devia ser um daqueles idiotas querendo jogar aquelas cantadas ordinárias.
- Elas vão me matar... - pensava tão distraída que de repente senti um puxão tão forte que minha cabeça sacudiu pelo susto:
- Garota você é surda? Tô te chamando há um tempão. – disse Iago Karkaroff ríspido.
- Não. Eu não sou surda, apenas costumo responder quando me chamam pelo nome e você não fez isso. – respondi olhando chocada para a mão que segurava meu braço com força.
Chocada porque Iago não falava com ninguém, era do tipo que intimidava as pessoas, por causa do pai, que alimentava uma aura de terror á volta da família. Mas eu nunca falei com ele não por ter medo, mas por achar que não tínhamos nada em comum, então nunca lhe dei mais que dois olhares desinteressados.
Meu braço começou a doer.
- Você agora coleciona partes do corpo humano? – perguntei
- Como?
- A circulação do meu braço está parando, daqui a pouco ele cai. ¬¬
- Ah, desculpa. Toma. - ele me empurrou os livros que eu precisava para o trabalho.
Meu queixo caiu. Segurei os livros por alguns minutos e quando me dei conta ele já caminhava indo embora. Fui atrás dele.
- Espera. – tentei puxa-lo pelo braço, mas ele nem se moveu. Parou e olhou-me sério. Como ele era grande, assim de tão perto, minha cabeça mal chegava ao seu queixo e ele parecia um armário pela largura. Ok, estou exagerando, mas era grandão.
- Como conseguiu que ela me liberasse os livros?
- Os livros estão em meu nome. Amanhã você os devolve. Deixe seu cartão da biblioteca no bolso da camisa, para uma próxima vez.
- Porque você fez isso? Nós nem nos conhecemos... Quer dizer, nunca nos falamos. - insisti.
- Fiquei observando quando você chegou e pediu os livros para a Orlov. Não custava nada ela liberar os livros pra você, já que fez isso com vários alunos antes. Vi o prazer que ela sentiu quando disse não pra você.
- É, ela é uma vaca. Ops :P
Ele começou a esboçar um sorriso e disse:
- É verdade. Acho que ela leu sua mente e percebeu seus elogios, por isso não liberou os livros.
Começamos a rir e de repente ele parou, ficando sério:
- Então tchau, Kovac.
- Tchau, e muito obrigada ok? Vou ficar te devendo. E pode me chamar de Milla se quiser.
- Você não me deve nada. Esquece.
Ele andou alguns metros e eu impulsivamente o chamei pelo primeiro nome:
- Iago.
Ele se virou surpreso quando o chamei pelo primeiro nome e eu disse:
- Você é um cara legal.
Ele sorriu de um jeito, que me pareceu não fazia há muito tempo e acenou com a cabeça. Abracei os livros e voltei correndo para a República, ainda tinha um pergaminho de 2 metros para escrever sobre os 12 usos do sangue de dragão.
Evie e Lavínia iriam me zoar muito por haver recebido ajuda do "projeto de Hellboy" mas fazer o que? Quando alguém te ajuda você aceita tudo de bom grado, mesmo que isso te custe um preço alto no futuro.
- Onde está seu cartão?- perguntou a bibliotecária com cara de corvo.
Procurei nos bolsos e o meu cartão da biblioteca não estava comigo. Tentei ganhar tempo.
- Acho que ele está aqui num dos bolsos...
- Menina, você não trouxe o cartão e sem ele os livros não saem daqui.
- Senhorita Orlov, eu preciso destes livros hoje, se a senhora pudesse liberá-los, prometo traze-los amanhã sem falta.
- Não. - foi a resposta curta e seca.
- Então a senhora poderia aguardar mais alguns minutos depois de fechar? Eu corro até a republica e trago o cartão...
- Se você conseguir ir e voltar em 5 minutos, os livros saem daqui, senão nada feito.
Olhei para ela e tive certeza que ela leu os milhares de desaforos que minha mente processava. Respirei, segurei meus pensamentos e disse:
- Por favor, senhorita Orlov, se fosse só por mim, eu ficaria sem a nota amanhã, mas minhas amigas não têm culpa do meu erro. Deixe-me levar os livros, por favor.
Ela me olhou longamente e disse maldosamente:
- Acho que suas notas vão sofrer um abalo. Aconselho-a a ser mais organizada com suas matérias. Será que você pode sair do balcão? Está atrapalhando o fluxo. - senti lágrimas de ódio queimar meus olhos.
Saí dali e comecei a andar em direção á república. Sentia-me péssima.
- Ei garota. - ouvi alguém chamar e nem olhei.Devia ser um daqueles idiotas querendo jogar aquelas cantadas ordinárias.
- Elas vão me matar... - pensava tão distraída que de repente senti um puxão tão forte que minha cabeça sacudiu pelo susto:
- Garota você é surda? Tô te chamando há um tempão. – disse Iago Karkaroff ríspido.
- Não. Eu não sou surda, apenas costumo responder quando me chamam pelo nome e você não fez isso. – respondi olhando chocada para a mão que segurava meu braço com força.
Chocada porque Iago não falava com ninguém, era do tipo que intimidava as pessoas, por causa do pai, que alimentava uma aura de terror á volta da família. Mas eu nunca falei com ele não por ter medo, mas por achar que não tínhamos nada em comum, então nunca lhe dei mais que dois olhares desinteressados.
Meu braço começou a doer.
- Você agora coleciona partes do corpo humano? – perguntei
- Como?
- A circulação do meu braço está parando, daqui a pouco ele cai. ¬¬
- Ah, desculpa. Toma. - ele me empurrou os livros que eu precisava para o trabalho.
Meu queixo caiu. Segurei os livros por alguns minutos e quando me dei conta ele já caminhava indo embora. Fui atrás dele.
- Espera. – tentei puxa-lo pelo braço, mas ele nem se moveu. Parou e olhou-me sério. Como ele era grande, assim de tão perto, minha cabeça mal chegava ao seu queixo e ele parecia um armário pela largura. Ok, estou exagerando, mas era grandão.
- Como conseguiu que ela me liberasse os livros?
- Os livros estão em meu nome. Amanhã você os devolve. Deixe seu cartão da biblioteca no bolso da camisa, para uma próxima vez.
- Porque você fez isso? Nós nem nos conhecemos... Quer dizer, nunca nos falamos. - insisti.
- Fiquei observando quando você chegou e pediu os livros para a Orlov. Não custava nada ela liberar os livros pra você, já que fez isso com vários alunos antes. Vi o prazer que ela sentiu quando disse não pra você.
- É, ela é uma vaca. Ops :P
Ele começou a esboçar um sorriso e disse:
- É verdade. Acho que ela leu sua mente e percebeu seus elogios, por isso não liberou os livros.
Começamos a rir e de repente ele parou, ficando sério:
- Então tchau, Kovac.
- Tchau, e muito obrigada ok? Vou ficar te devendo. E pode me chamar de Milla se quiser.
- Você não me deve nada. Esquece.
Ele andou alguns metros e eu impulsivamente o chamei pelo primeiro nome:
- Iago.
Ele se virou surpreso quando o chamei pelo primeiro nome e eu disse:
- Você é um cara legal.
Ele sorriu de um jeito, que me pareceu não fazia há muito tempo e acenou com a cabeça. Abracei os livros e voltei correndo para a República, ainda tinha um pergaminho de 2 metros para escrever sobre os 12 usos do sangue de dragão.
Evie e Lavínia iriam me zoar muito por haver recebido ajuda do "projeto de Hellboy" mas fazer o que? Quando alguém te ajuda você aceita tudo de bom grado, mesmo que isso te custe um preço alto no futuro.