Todas as noites eram a mesma coisa.
Seu marido voltava do trabalho e antes que conseguisse se aproximar para abraçá-la era agarrado por dois garotos de fartos cabelos escuros, chamando-o de papai. O homem ria e fingia que estava sendo atacado por monstros de outro planeta, jogando-se no chão e fingia lutar com eles por alguns minutos. Claro que depois de algum tempo, ele faria cócegas e venceria a batalha, os pequenos não ficariam tristes, pois adoravam quando o seu herói os vencia.
Logo ele se levantaria e se aproximaria dela e sob os protestos dos meninos de "eca" e "que nojo" ele a beijaria na boca.
Olhá-la-ia de cima a baixo e perguntaria se tudo correra bem aquele dia. Ela responderia com um sim, e cuidaria para que tudo o agradasse. Após o filhos irem dormir, conversariam sobre o dia de cada um e fariam juras de amor madrugada adentro. Uma vida perfeita. O sonho de todo homem.
Mas não hoje.
Ele percebeu que havia algo errado quando entrou em casa e seus filhos, sempre tão risonhos o receberam com ares preocupados. O mais velho estava mais sério que o normal e o mais jovem tinha o queixo tremendo, mas segurava o choro:
- O que foi rapazes? Onde está a sua mãe?
- A mamãe está deitada, passou mal depois que um homem veio aqui. - disse o mais velho.
- Porque não me avisou?- e algo dentro dele se contraiu.
- Porque a mamãe disse que estávamos proibidos de contar a você sobre esta visita, e ela estava estranha, parecia com medo. – disse o mais novo.
- Minha mãe não sente medo de nada. – respondeu o mais velho desafiador.
- A nossa mãe sente medo de mortalha-viva Greg.- corrigiu o mais novo.
- É mas não sente medo de pessoas vivas, Ivan. - respondeu o mais velho e olhando-os bem enquanto se desafiavam viam-se as diferenças entre eles.
- Se estavam proibidos de me contar, porque o fazem agora? – o pai os questionou.
- Porque eu acho que a mamãe correu perigo e você nos ensinou que nada nem ninguém devem ameaçar a minha mãe. - respondeu o mais velho e neste momento o irmão se pôs ao lado sacudindo a cabeça afirmativamente para enfatizar as palavras.
- E como era este homem? – ele perguntou apenas para cumprir o protocolo, pois em seu íntimo ele sabia quem era.
- Não o vi. Quando ele chegou mamãe nos mandou brincar no solário e lacrou a porta com um feitiço para que não ouvíssemos nada. Só saímos de lá porque você me deu aquele canivete especial, mas mesmo assim o feitiço era forte. Derreteu uma boa parte dele. Desculpe papai, destruí o seu presente. – ele disse chateado e mostrou o que sobrara do canivete suíço.
- Tudo bem filho. Deixe que vou descobrir o que houve e não se preocupem. Pode ser alguém bravo com sua mãe por alguma autuação do Ministério. Vejam eu trouxe sapos de chocolate edição especial para vocês.
- Oba! Tem as figurinhas do Dragão Negro, que o tio Yuri cuida. - comentou Ivan.
- Quem liga pra isso, se podemos ver os dragões de verdade e ao vivo. – respondeu Gregory, o mais velho, mas guardou as figurinhas de seu sapo nas vestes.
Ele foi ao quarto e ao entrar ela correu ao seu encontro, abraçou-o e o beijou como se ele fosse sua salvação, e pela segunda vez na vida ele sentiu o medo e a incerteza irradiarem dela. E sentiu o gosto amargo do ódio em sua boca, por alguém fazer aquilo com ela novamente. Controlou-se a muito custo e disse olhando-a firme nos olhos.
-Ninguém vai destruir o que construímos Ludmilla, eu prometo a você. - e a abraçou com força.
Seu marido voltava do trabalho e antes que conseguisse se aproximar para abraçá-la era agarrado por dois garotos de fartos cabelos escuros, chamando-o de papai. O homem ria e fingia que estava sendo atacado por monstros de outro planeta, jogando-se no chão e fingia lutar com eles por alguns minutos. Claro que depois de algum tempo, ele faria cócegas e venceria a batalha, os pequenos não ficariam tristes, pois adoravam quando o seu herói os vencia.
Logo ele se levantaria e se aproximaria dela e sob os protestos dos meninos de "eca" e "que nojo" ele a beijaria na boca.
Olhá-la-ia de cima a baixo e perguntaria se tudo correra bem aquele dia. Ela responderia com um sim, e cuidaria para que tudo o agradasse. Após o filhos irem dormir, conversariam sobre o dia de cada um e fariam juras de amor madrugada adentro. Uma vida perfeita. O sonho de todo homem.
Mas não hoje.
Ele percebeu que havia algo errado quando entrou em casa e seus filhos, sempre tão risonhos o receberam com ares preocupados. O mais velho estava mais sério que o normal e o mais jovem tinha o queixo tremendo, mas segurava o choro:
- O que foi rapazes? Onde está a sua mãe?
- A mamãe está deitada, passou mal depois que um homem veio aqui. - disse o mais velho.
- Porque não me avisou?- e algo dentro dele se contraiu.
- Porque a mamãe disse que estávamos proibidos de contar a você sobre esta visita, e ela estava estranha, parecia com medo. – disse o mais novo.
- Minha mãe não sente medo de nada. – respondeu o mais velho desafiador.
- A nossa mãe sente medo de mortalha-viva Greg.- corrigiu o mais novo.
- É mas não sente medo de pessoas vivas, Ivan. - respondeu o mais velho e olhando-os bem enquanto se desafiavam viam-se as diferenças entre eles.
- Se estavam proibidos de me contar, porque o fazem agora? – o pai os questionou.
- Porque eu acho que a mamãe correu perigo e você nos ensinou que nada nem ninguém devem ameaçar a minha mãe. - respondeu o mais velho e neste momento o irmão se pôs ao lado sacudindo a cabeça afirmativamente para enfatizar as palavras.
- E como era este homem? – ele perguntou apenas para cumprir o protocolo, pois em seu íntimo ele sabia quem era.
- Não o vi. Quando ele chegou mamãe nos mandou brincar no solário e lacrou a porta com um feitiço para que não ouvíssemos nada. Só saímos de lá porque você me deu aquele canivete especial, mas mesmo assim o feitiço era forte. Derreteu uma boa parte dele. Desculpe papai, destruí o seu presente. – ele disse chateado e mostrou o que sobrara do canivete suíço.
- Tudo bem filho. Deixe que vou descobrir o que houve e não se preocupem. Pode ser alguém bravo com sua mãe por alguma autuação do Ministério. Vejam eu trouxe sapos de chocolate edição especial para vocês.
- Oba! Tem as figurinhas do Dragão Negro, que o tio Yuri cuida. - comentou Ivan.
- Quem liga pra isso, se podemos ver os dragões de verdade e ao vivo. – respondeu Gregory, o mais velho, mas guardou as figurinhas de seu sapo nas vestes.
Ele foi ao quarto e ao entrar ela correu ao seu encontro, abraçou-o e o beijou como se ele fosse sua salvação, e pela segunda vez na vida ele sentiu o medo e a incerteza irradiarem dela. E sentiu o gosto amargo do ódio em sua boca, por alguém fazer aquilo com ela novamente. Controlou-se a muito custo e disse olhando-a firme nos olhos.
-Ninguém vai destruir o que construímos Ludmilla, eu prometo a você. - e a abraçou com força.