Domingo, 4 de novembro chegada a Beauxbatons
Fomos para a segunda parte das Olimpíadas no navio de Durmstrang e foi uma das experiências mais doidas da minha vida. Porque você olha pra aquele navio de aparência sinistra com pequenas escotilhas e pensa que é um lugar apertado e abafado. Engana-se. É um navio confortável que acomoda nas cabines, até quatro alunos, e professores e alunos ficam próximos uns dos outros, nem dá pra aprontar nada. Quando se inicia a viagem, você olha pelas escotilhas e vê o fundo no mar ou lagos que o navio cruza rapidamente, como se estivesse em frente a uma tela de televisão, assistindo aqueles programas sobre o fundo do mar. Por sorte, dividi a cabine com Micah, Iago e Ricard, e nenhum de nós sofria de claustrofobia e ficamos jogando baralho e conversando sobre as provas de que participaríamos, na curta viagem até Beauxbatons,e as meninas ficaram nas cabines delas, pois mesmo havendo espaço, meninos e meninas podiam ficar próximos demais e o diretor não queria dor de cabeça. Ao chegar e Beauxbatons, ficamos alojados na Fidei, e o diretor pos o navio à disposição de Madame Máxime, caso houvessem mais convidados. E a primeira coisa que fiz ao pisar em solo francês foi dizer satisfeito enquanto abria os braços: “Bien venus ma maison amis”
Segunda-feira, 5 de novembro
Na parte da manhã eu e Miyako ajudamos Gabriel a treinar com o sabre, pois sua prova seria no dia seguinte e ele embora cansado, devido aos diferentes fusos horários precisava treinar, e eu queria treinar com ele para prova de esgrima com espada. Era a minha forma de relaxar para as competições do Decatlo na parte da tarde.
E vamos dar início à serie de provas do Decatlo. “Atenção competidores aos seus lugares”.
Ouvimos quando o locutor da prova começou a chamar os atletas.
Olhei para a arquibancada e vi meus amigos próximos das garotas de Durmstrang, e minha mãe estava junto deles, com as primas dela, que eu chamo de tias: Elizabeth, Hanna e Alice, cada uma com as cores das escolas dos filhos. Até Riven, deu um jeito de estar lá, e havia pintado no rosto as cores de Durmstrang e da Irlanda, escola de John, que competiria contra mim.
- Atenção... Em suas marcas...
Antes que o tiro fosse dado, um atleta da Eslovênia queimou a prova, por estar ansioso demais, fazendo com que tivéssemos que voltar, e começar novamente. Voltei para a minha marca, e me concentrei, precisava ir bem, pois eu queria o ouro, e para isso eu teria que correr as provas de 100 e 400 metros, salto em altura, em comprimento, e lançamento de peso, que eram a primeira parte das provas do Decatlo.
Quando foi dada a partida eu corri com toda vontade e cheguei em primeiro lugar, e vibrei muito. Em segundo chegou um garoto da Itália e John veio em terceiro, nos cumprimentamos e começamos a nos alongar para soltar os músculos. Nos 400 metros, John chegou em primeiro, eu em segundo e o italiano em terceiro.
- Vamos decidir entre nós o decatlo é? – perguntou John rindo e o italiano se juntou a nós, e nos cumprimentou.
- Bem, vai facilitar muito pra nossa torcida não é? Nunca imaginei que daria para ouvir nossas mães gritando daqui. – comentei e rimos, enquanto íamos para a parte dos lançamentos e de saltos. Ao final do primeiro dia de prova, o placar estava da seguinte forma: eu em primeiro, o italiano em segundo e John em terceiro.
Ao final das provas, pudemos nos misturar com os torcedores e meus amigos me cumprimentavam. Havia ido bem, e senti que cada dia das minhas férias treinando tinha valido a pena, pois eu estava com chances de conseguir o ouro.
Terça-feira 6 de novembro
Na parte da manhã tivemos a final com sabre e Gabriel ganhou o ouro, pulamos muito e comemoramos. Na parte da tarde seria a semi-final e final com espadas, e eu apesar de um pouco nervoso, estava me saindo bem. Meus amigos gritavam muito a cada ponto conquistado e em dado momento, ataquei com tudo e consegui dar um toque no coração do atleta grego e isso me deu pontos dobrados. O grego, era péssimo perdedor e após um placar de 14 a 9 para mim, ele saiu da arena jogando seu equipamento, sob vaias da torcida. Minhas primas, junto com Julianne e Beatrice gritavam pro grego ir pra casa quebrar pratos para se acalmar, e Emily me aplaudia muito, junto com minha mãe. Viera ergueu meu braço sorridente e me declarou vencedor. Após algum tempo de descanso dado aos atletas, fomos chamados novamente para a arena e meu adversário era Dario Stanislav, primo da Evie. Viera disse as regras, nos preparamos, e ele levantou a mão dizendo:
- En garde! Combattent!
Por duas vezes, eu quase fiz o ponto da vitória, mas Stanislav se recuperou e conseguiu empatar. Acabamos nos tocando simultaneamente e fizemos ponto. Em dado momento, ataquei com um pouco mais de força, e ele conseguiu se desviar, e tocando-me no peito, fazendo o ponto da vitória, levando a torcida francesa ao delírio. E eu, apesar de perder, fiquei feliz por haver conseguido uma medalha de prata. Antes ouro para Beauxbatons, do que para um grego arrogante.
Quarta-feira 7 de novembro
Etapa final do Decatlo.
Após o salto com vara em que John e o italiano ficaram com primeiro e segundos lugares, eu consegui o terceiro. Tinha que me esforçar mais ou acabaria perdendo uma medalha por bobeira. Desliguei-me de tudo e só pensava nas provas. E isso fez com que eu vencesse a prova dos 110 metros com barreiras, o lançamento de disco e de dardo. Nesta prova, o atleta da Eslovênia, lançou um dos seus dardos durante o aquecimento com tanta força que o dardo ultrapassou a área de segurança e atingiu o pé de um dos juizes do atletismo. Foi uma coisa bizarra ver o homem saindo de maca com uma lança de madeira com quase 3 metros fincada no seu pé. O garoto da Eslovênia ficou tão perturbado que foi mal em todas as outras provas. E na prova de 1.500 metros consegui chegar em primeiro e John chegou em segundo lugar.
No final quando o pódio foi montado, e o meu nome foi dito como ganhador da medalha de ouro e o hino de Durmstrang foi ouvido, eu fiquei emocionado enquanto cantava o hino da escola, ganhar uma medalha de ouro no Decatlo, é o sonho de todo aquele que encara o esporte com seriedade. Ao meu lado John exibia orgulhoso sua medalha de prata, e Pietro Bacci, o garoto italiano, muito simpático exibia o seu bronze.
E até que minha família estava conseguindo um bom número de medalhas: Mary ganhou ouro no tênis individual e nós brincávamos dizendo que ela só fez bonito porque não sabia que o namorado Yuri, que havia aparecido de surpresa, estava vendo o jogo. Ele entrou na brincadeira dizendo que estava com medo da mão pesada dela. Claro que tio Jack, pai de Mary olhou para o rapaz com um jeito avaliador, e disse que a mão pesada era de família, e falou isso com uma cara bem séria, e meus primos e eu aproveitamos a deixa, ficando de cara feia para ele, e às vezes estralávamos os dedos, em ameaças veladas.E Emily, entrou na brincadeira dizendo que nós jogamos um de seus namorados num armário sumidouro, e vimos que ele ficou um pouco tenso.
Isso durou até o final do segundo set e Mary ganhar a partida, que tio Jack pulou, e abraçou Yuri, rindo muito e dizendo que ele era bem vindo à família, e que todos nós estávamos brincando. Minha mãe e minhas tias, falavam entre si, que ele era bonito, fazendo com que eu e meus primos revirássemos os olhos.
Sophia e Chloe conseguiram a vaga para disputar a final contra Evie e Nina, “as maníacas da raquete”, faremos cartazes para elas rsrs. Minhas primas pediram para não serem decapitadas, arrancando risos de todos. E a surpresa do dia ficou com Julliane, ou J. como ela gosta de ser chamada, que ganhou o ouro na competição de tiro ao prato. Mesmo quem não gosta dela, como as garotas da Avalon, acabaram achando seu desempenho excelente. Afinal, quem iria contrariar alguém que consegue atirar sem errar no meio de um prato atirado a uma velocidade de 60 km/h no ar com uma espingarda calibre 12?
Espero que Durmstrang consiga ganhar mais algumas medalhas e que o clima de alegria e amizade entre os estudantes continue até depois dos jogos.