Sunday, October 28, 2007

*Por Naveen Odebretch*


‘Debby! Será que você tem um minuto?’

Uma garota de cabelos intensamente negros e olhos verdes, observou surpresa o menino moreno de cabelos em topete que a chamava. Sentiu seu coração faltar uma batida e o corpo ficar quente. Gostava daquele menino desde a sua infância, mas ele nunca a dera expectativas. Eram só bons amigos e ela estava começando a se acostumar com aquela situação...

‘Claro, Nav...’ sorriu para o menino e se afastou do grupo de amigas que seguiam para o corredor. ‘O que foi?’

‘Preciso da sua ajuda. Só posso confiar em você’ seu tom era urgente e a menina se assustou. Logo ele, que sempre passava uma posição dura das coisas... Os dois se sentaram e ele foi direto. ‘Preciso que finja que é minha namorada.’

‘O QUÊ?’ tinha certeza agora: seu coração parara momentaneamente. Sentiu as mãos gelarem. ‘Por quê?’

‘Não posso te dizer exatamente o que estou planejando. Isso é arriscado para você, para mim, e para outras pessoas. Você confia em mim?’

‘Confio, mas não entendo... Você quer me usar para passar ciúmes em alguém?’ ela perguntou escolhendo as palavras. Não seria capaz de acreditar... Ele sabia que ela sempre gostara dele. Como poderia fazer isso? Ele segurou sua mão e a olhou desesperado.

‘Eu nunca te usaria. Nunca. Você é a minha única amiga. Não gosto de ninguém, não quero passar ciúmes. Você vai ter de confiar em mim, mais uma vez.’

‘Não. Isso será uma tortura para mim. Você sabe que eu gosto de você desde quando éramos crianças, não sabe? Por que faz isso comigo? Não posso te ajudar, desculpa.’ Disse vacilante mas sabia que era o certo. Não queria se machucar, e não iria deixar que ele a machucasse, mesmo sendo amigos.

Levantou-se decidida, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, ele a puxou e a beijou intensamente. Era como se sua cabeça estivesse em chamas. Não conseguia pensar, nem agir. Estava paralisada naquele momento que por tantos dias sonhou. Quando se afastaram ela manteve os olhos fechados por uns segundos, como se tivesse medo de abri-los e descobrir que tudo não passara de mais um dos seus devaneios. Mas quando abriu, viu o rosto de Naveen a centímetros do seu. Seus olhos tinham uma expressão significativa, terna, carinhosa. Ele continuou abraçando-a.

‘Não estou te usando. Você me ajuda, mas ao mesmo tempo pode me provar por que eu sou burro de não sentir o que você sente por mim. Me ajuda a gostar de você...’

E antes que ela se desse conta do que estava fazendo, concordou com a cabeça e ele a beijou novamente, aliviado. Todo o seu plano estava dando certo.